“Eu acredito na PM e nos Bombeiros. Estamos abertos ao diálogo. O governo está trabalhando para atender o pleito, porque é assim que tem de ser. Todos juntos”, disse Ibaneis Rocha durante o encontro com dirigentes de associações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros nesta terça-feira (26/02) no Palácio do Buriti. A reunião serviu para esfriar os ânimos alimentados por movimentos que desejam a violência contra a população com a volta da “operação tartaruga” como ocorreu em 2014.
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Ainda não fechou nem dois meses no comando do governo do Distrito Federal, onde tenta com muitas dificuldades colocar as contas do governo em ordem, diante do rombo bilionário deixado pela gestão passada, o governador Ibaneis Rocha, teve que agir rápido diante de uma ameaça real feita pelo Fórum das Associações Representativas dos Policiais e dos Bombeiros Militares.
O fórum é liderado pelo coronel da reserva da PM Mauro Manoel Brambilla. Nos últimos dias as associações comandadas por militares da reserva da PM e do Corpo de Bombeiros vem incitando e pregando nas redes sociais a volta da operação tartaruga.
A estratégia serviu para pressionar o governador Ibaneis a dar o mesmo percentual de aumento aos militares da mesma forma que está oferecendo a Polícia Civil que terá o salário equiparados ao da Polícia Federal.
Apesar da pressão, no entanto, o governador Ibaneis deixou claro aos presidentes de associações ligadas as forças de segurança do DF, que não irá permitir que a PM feche os olhos para que criminosos implantem o terror contra a população. “Isso eu não aceito”, disse.
Quem paga com a tartaruga é o povo
Em janeiro de 2014, o Distrito Federal viveu dois meses de intensa brutalidade que se espalhou pelas cidades.
Embora com os PMs nas ruas, no entanto os policiais eram orientados pelas as suas associações a fazer vistas grossas para os ataques de criminosos contra a população.
Em 60 dias de operação tartaruga a população do DF pagou caro e sofreu o diabo nas mãos da bandidagem.
A onda de assaltos, estupros nas vias públicas, assassinatos e roubos a residências cresceu.
Os casos de homicídios e latrocínios, em regiões tranquilas como os bairros nobres de Brasília se multiplicaram e ficaram sem controle. Setores da Policia Militar sorriam com a desgraça do povo.
Os bandidos faziam a festa e a polícia fazia que não via. Uma situação repugnante e irresponsável dos líderes da operação tartaruga.
Na época, o mesmo coronel Mauro Manuel Brambilla, presidente da ASSOR-PM/CBM e Coordenador do Fórum das Associações, uma especie de movimento unificado dos militares, explicava para a população amedrontada e refém dos criminosos que a sua categoria estava insatisfeita com o governo Agnelo Queiroz (PT).
“A população não tem que cobrar da gente. Somos pais de família, pessoas honradas, temos compromissos financeiros e necessidades como qualquer pessoa. A população tem que cobrar do governador, que pode resolver os problemas na hora que quiser e não o faz. Ele é o responsável por toda essa situação porque é omisso”, disse ele em janeiro de 2014, em entrevista ao site de notícias Portal R7.
Os discursos inflamados dentro das corporações, que incitam a tropa a se rebelar contra a segurança da população, encheram de preocupações o governador Ibaneis Rocha.
Ele se reuniu na manhã de ontem com os comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e associações dessas categorias para discutir o reajuste salarial.
O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e os deputados distritais Rafael Prudente e Hermeto também participaram do encontro. O coordenador do Fórum, o coronel Mauro Manoel Brambilla, apresentou o posicionamento dos militares.
Ibaneis demandou que as categorias levantem as necessidades para serem apresentadas na próxima reunião, agendada para 12 de março, às 10h, novamente no Palácio do Buriti.
Sobre as ameaças que circulam nas redes sociais com a volta da operação tartaruga, pregada pelas associações presentes ao encontro no Buriti o governador Ibaneis foi firme:
“ Eu aposto em solução pacífica e com diálogo. Mas não vou aceitar que a categoria adote medidas que prejudiquem a segurança da população: “Eles têm uma legislação muito rígida e eu vou aplicá-la também, a qualquer momento, se for necessário. Eu acho que pelo lado do entendimento nós temos como evoluir muito”, disparou Ibaneis.