Um boletim de ocorrência foi registrado na manhã de sexta-feira (10), na 38 Delegacia de Polícia de Vicente Pires contra a presidente da AGEFIS por ter autorizado uma operação só para atemorizar os moradores da chácara 200. O aparato de coação envolveu uma logística com tratores, caminhões e um contingente de mais de 300 homens da Policia Militar, Corpo de Bombeiros da Seops e da própria Agefis. Os custos para o descolamento, segundo informações, teriam sido em torno de R$ 1 milhão.
operação para meter medo na Chácara 200 chegou de surpresa agitando os moradores. A presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, tem pleno conhecimento que o condomínio conta com a proteção de uma liminar expedida desde janeiro pela 9 Vara da Justiça Federal que proíbe qualquer operação de derrubadas de casas no local. A decisão é coletiva para todo o Condomínio.
Mesmo assim, o aparato foi enviado para Vicente Pires, deslocamento que, segundo um funcionário da própria Agefis, teria saído por mais de R$ 1 milhão. Um gasto desnecessário do dinheiro público apenas para satisfazer a vontade de tocar o terror contra moradores e desafiar uma decisão da justiça. “Isso é crime de responsabilidade de Bruna Pinheiro e do governador Rodrigo Rollemberg a quem nós vamos entrar como uma ação na justiça para que eles ressarcem o dinheiro público gasto em uma operação descabida”, disse ao Radar o advogado Markyllwer Nicolau Goes que defende os moradores da Chácara 200.
Por trás da insistência do Governo Rollemberg em detonar de uma vez por toda com a Chácara 200 a e 94, bem como varias outras que se encontram na lista de destruição há uma ilegalidade nas indicações feitas no governo passado, ilícitos que começam a aparecer em investigações feitas pela Policia Federal.
No inicio desse mês, o ex-deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) e ex- secretário de Habitação do Distrito Federal foi obrigado a dá explicações na PF sobre um esquema fraudulento na concessão de lotes do Programa Habitacional Riacho Fundo II – 4ª Etapa. No esquema, segundo a PF, tem o envolvimento de servidores públicos, membros de associações e empresários da construção civil que cobravam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil para interferir e acelerar os processos.
No caso de Vicente Pires, segundo também a PF, há suspeitas de que o mesmo esquema teria ocorrido com as chácaras que se localizam em terras da União Federal. O advogado Nicolau Goes, conta que o Projeto Urbanístico de Vicente Pires que está na TERRACAP foi elaborado pela ARVIPS (Associação Comunitária do Setor Habitacional Vicente Pires), uma pessoa jurídica de direito privado com interesses privados.
Os moradores das chácaras indicadas para equipamentos públicos, denunciam ainda que não houve audiências públicas, conforme exige a Lei para este caso e que mesmo assim o Governo de Brasília está se negando a fazer a revisão do processo.
No entendimento do juiz Eduardo Santos da Rocha Penteado, da 9 Vara da Justiça Federal, a gleba a onde estão a Chácara 200 e a Chácara 94 trata-se de um quinhão da Fazenda Brejo ou Torto desapropriado em favor da União Federal, cujos lotes tem sido “ilegitimamente” incorporado ao Governo do Distrito Federal. Em uma decisão proferida o juiz proibiu qualquer ação de derrubada na Chácara 200 e na 94 até a decisão do mérito.
Da Redação Radar