Um estudo recente conduzido pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese), a pedido do Sindicato da Saúde do Distrito Federal, aponta uma queda de 35,75% nos salários dos servidores da Gestão e Assistência Pública à Saúde (GAPS), enquanto os médicos enfrentam uma perda ainda maior, de 41,46%, ao longo de sete anos.
Os dados do Dieese serviram de alerta para a categoria, que pretende realizar uma grande assembleia-geral para debater o assunto no próximo dia 21 de maio.
Segundo a presidente do Sindsaúde, Marli Rodrigues, as perdas salariais têm provocado uma crise no setor, resultando em aumento do absenteísmo e doenças psicossomáticas entre os profissionais da saúde pública do Distrito Federal.
Os pedidos de licença médica se avolumam entre os profissionais da saúde, o que torna o atendimento nos hospitais cada vez mais regrado à população neste período de epidemias como a dengue e outros surtos gripais.
Outros setores também sentiram no bolso a alarmante queda do salário.
Os especialistas em assistência pública à saúde, por exemplo, enfrentam uma desidratação financeira de 35,75%.
Os técnicos sofreram perdas de 35,75%, enquanto os profissionais de enfermagem sofreram perdas de 29,82%. VEJA AQUI O ESTUDO COMPLETO
O sindicato representativo da categoria registra uma procura cada vez maior de profissionais por serviços de apoio psicológico, com relatos de dificuldade para dormir, pensamentos suicidas e síndrome do pânico.
“É necessário que haja medidas urgentes e concretas para reverter essa situação. É imperativo que o governo tome ações imediatas para corrigir as perdas salariais e valorizar os profissionais da saúde, que estão na linha de frente do combate às inúmeras crises de saúde pública do Distrito Federal”, disse a presidente do Sindsaúde.
Marli ainda pontuou que a situação dos servidores é crítica, com anos de falta de reajuste salarial, o que provocou o endividamento de milhares de servidores.
Ela disse que a assembleia-geral da categoria, convocada para o dia 21 de maio, servirá como instrumento de decisão para pressionar o governo pela recomposição salarial de 35% referente à inflação acumulada nos últimos sete anos sem reajuste.