O governador de Goiás, Ronaldo Caiado e o prefeito Pábio Mossoró, de Valparaíso de Goiás, presidente da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB), continuam fazendo cara de paisagem para a caótica situação das empresas de ônibus, que servem a população.
Elas podem paralisar suas atividades por falta do reajuste tarifário.
A Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros (Anatrip), informa que o sistema semiurbano caminha para um colapso que afetará toda a região onde vivem mais de 1 milhão de pessoas.
O assessor jurídico da associação, Gabriel Oliveira, ressalta que a falta de reajuste tarifário tem deixado as empresas no vermelho, sem condições de pagar salário dos motoristas e falta dinheiro para manutenção dos ônibus.
Segundo ele, há quase um ano, as tarifas do transporte semiurbano do Entorno do Distrito Federal estão defasadas.
“O reajuste tarifário estava previsto para a segunda quinzena de fevereiro de 2022 e até hoje as empresas operam no mesmo valor. É indispensável a adoção de medidas urgentes para evitar o colapso do sistema, diante do aumento do combustível”, alertou o assessor.
Algumas empresas estão endividadas com empréstimos para manter a operação, em razão do valor das tarifas, conforme conta Gabriel.
Em dezembro, motoristas e cobradores de empresas que atendem o Entorno, fizeram uma paralisação, por conta de atrasos nos pagamentos de salários e 13º.
Por mais de um ano o Governo do DF fez a gestão do sistema de transporte coletivo do Entorno, já que o governo do Goiás não chamou para si a responsabilidade.
Para evitar o colapso do sistema, o GDF, por meio da Secretaria de Mobilidade, deu um aumento nos preços da passagens no início de dezembro do ano passado.
Mas o governador de Goiás acionou o Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de suspensão do reajuste de tarifas.
Por causa disso, o GDF optou pela desistência de continuar na gestão do sistema.
Embora o governo Caiado tenha assumido a gestão, mas até agora não apontou nenhuma solução para evitar que as empresas de ônibus quebrem e a população fique sem o transporte público.
Também não há, até agora, nenhuma reação dos prefeitos da região para evitar o caos anunciado.
A população continua sendo transportada como gado em ônibus em situação precária.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF. Siga o #radarDF