Todos os municípios brasileiros devem elaborar planos de adaptação e mitigação das mudanças climáticas. O projeto Pacha parte da premissa de que os dados que são gerados refletem muito mais a cidade formal do que as favelas.
O Pacha (sigla em inglês para Análise Participativa para Adaptação Climática e Saúde em Comunidades Urbanas Desfavorecidas no Brasil) conta com o financiamento de R$ 14 milhões, proveniente da fundação britânica Wellcome Trust, uma entidade sem fins lucrativos que financia pesquisas na área de saúde e mudanças climáticas.
A iniciativa tem como coordenador-geral o cientista brasileiro João Porto de Albuquerque, diretor do Urban Big Data Centre, da Universidade de Glasgow.
Com a escolha das três cidades brasileiras que serão estudadas, o projeto vai abordar contextos climáticos muito diferentes. O estudo vai investigar como as comunidades urbanas estão trabalhando essa questão e quais desafios enfrentam, dentro de uma perspectiva de criar indicadores com a participação dos moradores.
A ideia é verificar quais as capacidades que essas comunidades já estão desenvolvendo e como os pesquisadores podem aprender com elas. O projeto vai conceder bolsas de doutorado e pós-doutorado e também bolsas vinculadas, obrigatoriamente, a moradores dessas comunidades.
Entre o final de janeiro e o início de fevereiro de 2026, deverá ser lançado edital para pesquisadores oriundos das favelas que desejem participar do projeto em Curitiba, Natal e Niterói.
O projeto conta ainda com parceria de outras instituições científicas, entre as quais a Fundação Oswaldo Cruz, pelo Centro de Integração de Dados em Saúde (CIDACS/Fiocruz).
A ideia é de uma perspectiva para o trabalho que seja feita de baixo para cima, construindo capacidades comunitárias e, a partir disso, construir resultados que sejam relevantes para cada comunidade e para o conjunto de favelas.
O Pacha atuará na produção de dados para subsidiar políticas públicas a considerar melhor as desigualdades sociais e ambientais.

