Passou a época que gravações telefônicas eram feitas no topo dos postes de iluminação pública ou de pequenos aparelhos “plantados” no gabinete Presidencial como na época de João Batista Figueiredo e José Sarney. Michel Temer foi gravado por Joesley Batista por um pequeno gravador que levava no bolso. Agora, ninguém precisa dessas tralhas para gravar alguém como fez o ex-secretário geral da Presidência da Republica Gustavo Bebianno. Ele usou apenas o celular
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Quem jura lealdade hoje pode trair amanhã. Na era das novas tecnologias todo mundo é gravado automaticamente quando fala ao telefone. O presidente Bolsonaro, mesmo cercado por muitos aparatos de segurança tecnológicas foi vitima dela.
Conversas do presidente da República considerada de foro restrito foi parar na imprensa levada pelo seu ex-secretário-geral da Presidência da República Gustavo Bebianno.
Os diálogos gravados pelo próprio Gustavo Bebianno que chegaram ao conhecimento público ocorreram durante o período em que o presidente ficou internado no Hospital Albert Einstein em São Paulo.
O capitão estava se recuperando de uma cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia que usava em detrimento da facada que pegou de Adélio Bispo (Psol), durante a campanha eleitoral do ano passado em Juiz de Fora.
“Querem empurrar essa batata quente desse dinheiro lá pra candidata em Pernambuco pro meu colo, aí não vai dar certo. Aí é desonestidade e falta de caráter”, responde Bolsonaro ao então ministro.
Nos áudios vazados de proposito por Gustavo Bebianno, após a sua demissão, o presidente foi duro e demonstra repulsa sobre o caso que envolve o seu ex-secretário-geral da Presidência da República, no que diz respeito ao famigerado “lanranjal” de candidaturas do PSL.
Os dirigentes da legenda entre os quais o ex-ministro são acusados de desviar dinheiro do fundo partidário. Bolsonaro manda que a Polícia Federal apure tudo.
Bebianno tornou-se o X-9 mais sofisticado da história das gravações clandestinas da Presidência da República do Brasil.
O presidente João Figueiredo teve um aparelho de escuta colocado clandestinamente em seu gabinete de trabalho, mesmo sendo ele o ex-chefe do SNI (Serviço Nacional de Informação), órgão de inteligência que cuidava da segurança e vigilância do regime militar.
O presidente José Sarney também foi monitorado por gravações clandestinas por “arapongas”, que transitavam livremente por dentro do Palácio do Planalto.
Em março de 2017, Michel Temer teve sua conversa com Joesley Batista, dono da JBS, gravada pelo executivo por meio de aparelho sofisticado escondido durante um encontro no Palácio do Jaburu.
O áudio foi entregue ao Ministério Público Federal. Por causa da gravação Temer responde a uma ação que o acuso em atos de corrupção.
De nada vale as ações dos agentes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que exigir que celulares sejam deixados do lado de fora do gabinete Presidencial para evitar gravações.
Nem mesmo o celular protegido por criptografia usado por Bolsonaro é considerado seguro para qualquer um dos seus ministros gravarem um diálogo com o Chefe da Nação. Aplicativos baixados nos Smartfones gravam conversas automaticamente.
Uma conversa telefônica que poderia ser privada pode se tornar pública. A gravação vazada pelo ex-ministro serviu como sinal de alerta ao Presidente. Ainda pode ter muitos “bebiannos” no Planalto.