Sábado, 23 de novembro de 2019. Data em que todas as gerações vivas de torcedores do Flamengo podem se olhar com o mesmo sentimento. Os rubro-negros de 40 e poucos anos ou mais novos, que não tinham nascido ainda em 1981 ou que eram pequenos demais na época, cresceram ouvindo as façanhas daquele time mágico de Zico e companhia.
Narrativas que soavam mais como ficção do que realidade para quem não “viu com os próprios olhos”. A veracidade de uma história, por mais “baseada em fatos reais” que seja, só ganha contornos lúdicos na vivência. E hoje, eles podem dizer: “Pai, agora eu sei como é”.
Como canta a torcida, o Flamengo terá a chance de conquistar o mundo de novo. O título deu a classificação para o Mundial de Clubes, que esse ano acontece entre os dias 11 e 21 de dezembro em Doha, no Catar.
O Rubro-Negro estreia no dia 17, uma terça-feira, contra o campeão da Ásia ou o Espérance, da Tunísia, no Estádio Khalifa (CLIQUE AQUI E VEJA A TABELA).
Título em dose dupla?
No mesmo final de semana em que conquistou a Libertadores, o Flamengo pode confirmar o título do Campeonato Brasileiro mesmo sem entrar em campo. Segundo colocado, o Palmeiras enfrenta o Grêmio às 16h (de Brasília), na Arena Palmeiras, e se não vencer não poderá mais alcançar o Rubro-Negro matematicamente.
O Flamengo começou no ataque, mas sem conseguir assustar. O River marcava bem e, aos poucos, foi mostrando porque se deve temer o atual campeão.
Apesar do início armado para contra-ataques, os argentinos foram percebendo os espaços, mudaram a postura e chegaram ao primeiro gol aos 14, após erros de Filipe Luís no domínio e de Arão e Gerson, quando um deixou para o outro na área.
A bola sobrou para Borré pegar de primeira e vencer Diego Alves. O Rubro-Negro sentiu o golpe, perdeu o domínio territorial e teve só uma única finalização no primeiro tempo com Bruno Henrique, de fora da área e para fora.
Em 45 minutos de poucas chances, os Millonários estiveram mais perto de fazer o segundo do que de sofrer o empate.
Jesus deu bronca no vestiário, e o Flamengo criou sua primeira chance clara logo aos 11 minutos: Bruno Henrique invadiu a área pela linha de fundo e tocou para o meio, Arrascaeta furou, a defesa bloqueou o chute de Gabigol, e Everton Ribeiro parou em Armani.
O técnico em seguida perdeu Gerson, que se machucou e deu lugar a Diego, que entrou bem. Os rubro-negros seguiram em cima e tiveram outra oportunidade em um combo de Arrascaeta, Gabigol e Everton Ribeiro aos 30.
O River mesmo recuado mostrava que não estava morto com Palacios, que quase fez o segundo. E quando tudo parecia perdido, Gabigol apareceu no jogo para fazer dois gols, um aos 43 e outro aos 46, para virar o jogo e dar o título para o Brasil. O artilheiro ainda foi expulso junto com Palacios, mas nada que estragasse o seu dia de herói.
Assim como Zico em 1981, quando fez os dois gols da vitória por 2 a 0 na final contra o Cobreloa em Montevidéu, no Uruguai, Gabigol foi o herói em 2019 ao construir a virada por 2 a 1 nos minutos finais.
O artilheiro rubro-negro, que chegou a 40 gols em 54 jogos pelo Flamengo, definiu o jogo em três minutos, aos 43 e 46 do segundo tempo. Que fase espetacular do camisa 9 rubro-negro, que teminou como artilheiro da Libertadores com nove bolas na rede.
Melhor da América
Gabigol foi o artilheiro da Libertadores e o melhor jogador da partida para a Conmebol. Mas a entidade sul-americana elegeu Bruno Henrique como o craque da América do Sul.
O atacante, que fez cinco gols no torneio em 2019, não fez uma partida brilhante na final, mas foi decisivo ao construir a jogada do gol de empate.
Com sotaque europeu
Campeão internacional pela primeira vez, Jorge Jesus se torna o segundo europeu a conquistar a Libertadores da América como treinador. O primeiro foi o croata Mirko Jozić, que faturou o título pelo Colo-Colo, do Chile, em 1991. Chegou a vez do português, que comemorou com uma bandeira de seu país.
Fonte| Globo Esporte
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