A manicure Luciana Mota, de 37 anos, ainda tenta se recuperar e entender os momentos que viveu na manhã desta segunda-feira no Bairro Caiçara, Noroeste de Belo Horizonte, ao ter seu veículo completamente destruído pelo avião que caiu na Rua Minerva. Segundo informou o jornal Estado de Minas, ela estava dentro do carro, um Renault Logan, que foi um dos três veículos atingidos pelo avião, e conseguiu escapar sem nenhum ferimento.
“Eu saí da academia, entrei no carro, coloquei a chave na ignição e escutei um barulho. O carro ainda tava todo fechado, então escutei um barulho baixo. Eu achei até que fosse alguma batida de carro, alguma coisa assim. Eu só levantei o olho, quando eu levantei eu falei ‘o avião caiu de novo’, aí ele explodiu na minha cara. Aí eu abaixei e falei ‘vou morrer queimada agora’”, diz a manicure.
A reação rápida de Luciana certamente a salvou de ser mais uma vítima da tragédia. Mas antes de deixar o veículo, ela teve que avaliar se estava viva ou morta.
“Eu só esperei. Falei ‘vou esperar explodir comigo aqui dentro’. Aí deu aquela explosão, eu dentro do carro, eu olhei: ‘bom, não morri ainda, vou sair correndo’. Tudo que passou na minha cabeça era que eu ia morrer queimada. Saí pelo banco do passageiro porque o meu lado já estava todo pegando fogo. A minha sensação é de que eu estava queimando. Pulei pro banco do passageiro, abri a porta, e saí correndo”, relembra.
Ao perceber que estava viva e não tinha sido queimada, a sensação foi de alívio extremo. Chegar em casa e ver os dois filhos e o marido era tudo que passava pela cabeça da manicure, que é moradora do Caiçara e vive com medo dos aviões no Aeroporto Carlos Prates. Ela ainda foi hospitalizada antes de retornar ao lugar do desastre.
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“Você quase vê o piloto dentro do avião. É tudo muito rápido. Moro no Caiçara minha vida inteira. Hoje penso que tive um livramento porque da minha casa eu via os aviões subindo. Eu tinha a sensação que uma hora eles iam entrar na varanda da minha casa”, diz.