Para discutir medidas de combate à corrupção, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) promoveu, nesta quarta-feira (18), Audiência Pública na Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado. O debate contou com a presença de representantes de movimentos sociais e líderes de todos os Estados, responsáveis por organizar grandes manifestações em todo o Brasil
“A prisão do ex-presidente Lula foi um marco no nosso país contra a impunidade. Por isso sugeri uma audiência para discutirmos sobre medidas de combate à corrupção e criação do Dia Nacional de Combate à Corrupção, a ser comemorado no dia 7 de abril, data da prisão de Lula”, complementou Laerte Bessa.
O deputado parabenizou a operação Lava Jato, que completou quatro anos, e que gerou grande repercussão nacional e internacional.
“Bilhões de reais foram desviados dos cofres públicos. Precisamos agora manter esse ritmo de investigação e punição dos corruptos”, reforçou o parlamentar.
A audiência foi um pré-requisito, previsto na legislação que fixa critérios para a instituição de datas comemorativas, para a apresentação de um projeto de lei criando o Dia Nacional de Combate à Corrupção.
A representante do Movimento Brasil Livre, Beatriz Kcis, ressaltou a importância de aprovar a redução da Maioridade Penal, que na Câmara foi relatada por Bessa. O projeto está parado no Senado.
“Minha luta é contra impunidade, porque, ao contrário da corrupção, tem jeito. Se a pessoa for corrupta, ela será punida e, com isso, há intimidação natural. O Brasil vive em um paraíso da impunidade. O criminoso se sente confortável. O menor tem passe livre para cometer crimes e, mesmo se for detido, ficará por pouco tempo”, argumentou.
Outra participante da audiência foi Celina Ferreira, do movimento Vem Pra Rua, que surgiu após manifestações 2013.
“A corrupção provoca pobreza de milhões de pessoas, mas para mudar a legislação e dar uma resposta à impunidade, a sociedade precisa fazer as pazes com os políticos para que eles possam nos ouvir”, complementou.
A falta de gestão e de vontade dos políticos em combater a corrupção foi o tema central do discurso de Clay Zeballos, do Movimento Brasil Contra a Corrupção.
Para ele, “a cultura do se dar bem e do jeitinho brasileiro devem ser combatidas. Temos a tarefa de mudar isso e esses conceitos. Sonho em ser uma nação decente e civilizada, e acredito que só a educação dos jovens e crianças pode salvar o país”.
Já Ricardo Noronha, do movimento Limpa Brasil, reforçou que o papel dessas organizações é “preparar a festa e o palco para que o povo possa ir para a rua. “O movimento sozinho não faz milagre. Temos que somar para que as mudanças aconteçam”, afirmou.
O último a participar foi Bruno Sal, coordenador do Movimento Corrupção Zero, que lamenta os prejuízos causados pela corrupção, que para ele “é um câncer e se não tratarmos e adotarmos atitudes radicais”, a população tende a sofrer ainda mais.