Os funcionários da Globo estão vivendo momentos de tensão desde que foi divulgado, na última sexta-feira, que um novo modelo de gestão entrará em vigor em janeiro do ano que vem. De acordo com a coluna “Notícias da TV”, do “Uol”, os funcionários estimam que a fusão causará cerca de 2.500 demissões.
Nos bastidores surgem informações de que a platinada dos Marinhos já sente o peso das mãos do presidente da República, Jair Bolsonaro, que mandou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República cortar os R$500 milhões que o grupo recebia por ano de publicidade do governo.
O projeto “Uma Só Globo” promete fundir a TV Globo, todos os canais pagos da Globosat, a GloboPlay, a Globo.com e a Som Livre.
Ainda de acordo com a UOL , um ex-executivo do alto escalão da Globo acredita que o número de demitidos faz sentido.
Na nova gestão, por exemplo, haverá apenas um departamento de recursos humanos para todas as empresas integradas. As 2.500 demissões representam só 16,7% dos 15 mil funcionários da Globo.
A assessoria de imprensa da Globo nega o número de demissões mas confirma que haverá cortes.
“Todas as grandes empresas modernas passam por processos na busca de eficiência e evolução constante e, nesse contexto, é natural que se façam ajustes. Na Globo não é diferente”, disse a empresa em nota.
Nos bastidores alguns executivos da Globo não negam que a receita da emissora pegou um baque com o corte de publicidades do seu histórico e principal cliente: o governo.
Em agosto do ano passado, durante entrevista ao vivo na bancada do Jornal Nacional, o então candidato a Presidência da República, Jair Bolsonaro acusou o canal da família Marinho de viver do dinheiro público.
“São bilhões que o Sistema Globo recebe de recursos da propaganda oficial do governo”, disse a época.
A relação que nunca foi nada amistosa entre o presidente e a Rede Globo ficou ainda pior com a tentativa de envolver Bolsonaro nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco. O presidente reagir com indignação à reportagem levada ao ar no último dia 29 pelo Jornal Nacional .
Alem de perder publicidades do governo, a Globo começa a perder publicidades das empresas privadas. A rede de lojas de departamentos Havan informou na quinta-feira, 7/11, que suspendeu todas as campanhas publicitárias que faria em intervalos de programas jornalísticos e de entretenimento da Globo.
“Não compactuamos com o jornalismo ideológico e algumas programações da Rede Globo nacional e estamos sendo cobrados pela sociedade e nossos clientes”, diz o comunicado assinado pelo dono da empresa, Luciano Hang, apoiador do presidente.