O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (20), que a situação no Ceará é de “guerra urbana” e que, com a chegada de militares do Exército ao estado, “o bicho vai pegar”. Bolsonaro deu as declarações em transmissão ao vivo em uma rede social.
O presidente Jair Bolsonaro autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Ceará, a pedido do governador Camilo Santana. Com isso, o Exército atuará no Estado, que vive crise na segurança pública por conta da paralisação de parte dos policiais militares, amotinados em quartéis e batalhões.
“O pessoal que está cometendo delitos, crimes nessas regiões, onde, por um motivo qualquer, por um motivo justo, estão indo as Forças Armadas para lá – tem que entender que o pessoal verde está chegando, e o bicho vai pegar”, disse Bolsonaro.
A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O decreto autorizou a presença das forças militares já a partir de ontem, com validade até o dia 28 de fevereiro.
O intervalo de tempo abarca eventos importantes no Estado como o Carnaval e o segundo e decisivo jogo da Copa Sul-Americana entre Fortaleza x Independiente, a ser realizado no próximo dia 27.
Nesta quinta, homens encapuzados cercaram policiais civis e tomaram a viatura em Fortaleza. Na quarta, homens também encapuzados em um carro da PM deram ordem a comerciantes para que fechassem as portas de estabelecimentos na cidade de Sobral.
De acordo com a Secretaria de Segurança do Ceará, mais de 300 policiais militares do estado já respondem a Inquérito Policial Militar (IPM) e a processos disciplinares por envolvimento no movimento.
Os PM’s que estão paralisados no 18º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no bairro Antônio Bezerra, recusaram um aceno do Governo do Estado, que teria prometido não punir policiais que retomassem o trabalho e não tivessem sido identificados pelo Estado.
A oferta foi levada até a unidade militar por uma comitiva de senadores formada por Eduardo Girão (Podemos) e Major Olympio (PSL-SP), que estiveram reunidos com o governador Camilo Santana (PT) nessa quinta-feira para tentar mediar uma saída para a crise na segurança do Ceará.
A paralisação da PM chegou a seu terceiro dia ontem. O epicentro do movimento é exatamente o 18º BPM.
Eles querem mudança na mensagem que reajusta os salários dos militares – pela nova tabela, um PM passará a ganhar R$ 4,5 mil ao fim de 2022 e um coronel, R$ 20 mil.