O recém-empossado prefeito de Manaus, capital do Amazonas, David Almeida (Avante), anunciou que o sistema de saúde da cidade entrou em colapso, em meio a segunda onda de Covid 19. As internações crescem e aumentam o grande número de óbitos.
Ele admitiu que os cemitérios só tem covas disponíveis para dois ou três meses e que ira construir, de forma rápida, seis mil novas sepulturas para chegar a 22 mil ao todo, no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, o maior de Manaus.
O local é o mesmo onde vítimas da covid-19 tiveram que ser enterradas em valas comuns por falta de espaço, no auge da primeira onda de infecções na cidade.
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas informou que 91,84% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do estado estão ocupados: 92,18% dos leitos para adultos da rede pública, 50% dos leitos infantis e 94% da rede privada. Leitos de enfermaria têm ocupação de 86,45%.
Nas últimas 24 horas, o estado confirmou mais 1.928 infecções e 46 mortes, de acordo com último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.
Com os hospitais entupidos, faltam profissionais para tomar conta de tantas pessoas internadas.
Um enfermeiro do Samu, que se identifica como Denis, descreve a situação e faz um dramático apelo, por meio de um video postado nas redes sociais.
“Gente não é brincadeira. Você cidadão que não acredita no que esta acontecendo…você vai pagar pra vê? Eu peço a você que tenha respeito pelo profissional de saúde. Estamos trabalhando três vezes mais. Tem o trípulo de gente internada nos hospitais”.
Veja o que ele diz.
Na primeira onda da Covid, em que Manaus enterrou seus mortos empinhados em valas coletivas, o governo federal por meio do Ministério da Saúde, enviou 283 profissionais entre médicos, enfermeiros, fisioterapeuta e biomédicos.
Os profissionais enviados, segundo depoimentos da maioria, teria sido hostilizados, tanto pelas cooperativas que controlam no sistema de saúde da cidade, como pelo então prefeito Arthur Vigílio (PSDB).
Agora, o município volta a convidar os mesmo profissionais para ajudar a população hospitalizada nesta segunda anda da Covid, no entanto, a Secretaria de Saúde de Manaus está tendo dificuldades pela rejeição da oferta.
Em conversa nesta terça-feira com o RADARDF, um enfermeiro que mora em Brasília, que esteve em Manaus no ano passado, em meio aos 283 profissionais enviados, afirmou que as questões ideológicas, entre o poder politico da cidade e o governo federal, além do escancarado esquema de corrupção no sistema de saúde de Manaus, prejudicaram o desempenho dos profissionais enviados muitas das vezes impedidos de ajudar em toda a plenitude a população adoecida.
“Foi uma experiência ruim que não quero mais pra mim”, disse.