A Constituição brasileira foi traduzida pela primeira vez para uma língua indígena, trinta e cinco anos após ser promulgada. O material, agora traduzido para o nheengatu, foi patrocinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A nova versão da Carta Magna foi lançada nessa quarta-feira (19), no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), em uma cerimônia da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN).
A presidente do STF, ministra Rosa Weber, esteve no evento e ressaltou que a tradução marca um momento histórico.
“Traduzir a Constituição para um idioma indígena é um símbolo do nosso compromisso de garantir que todos os povos indígenas tenham acesso à justiça e conhecimento das leis que regem nosso país, fortalecendo sua participação na vida política, social, econômica e jurídica”, disse a magistrada.
O documento em nheengatu foi feita por um grupo de 15 indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós, em promoção ao marco da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) das Nações Unidas.
A língua nheengatu é o único idioma vivo, que descende do tupi antigo, tendo traços que a relacionam com o tupi falado na costa brasileira.