Radar/Opinião

O ASSUNTO É

OPINIÃO| Somos todos vítimas inocentes

Publicado em

Rio de Janeiro, cartão postal do Brasil, cidade maravilhosa, sofre terrivelmente com o domínio e ações das organizações criminosas. Os moradores dos bairros dominados por essas organizações, lamentavelmente, vivem subjugados pelos bandidos e, não raras vezes, são vítimas das chamadas balas perdidas.

A população desses bairros vive momentos de terror, mas não denuncia os marginais, têm medo da repressão. Enquanto isso, as organizações criminosos não saem, o Estado não entra, e pessoas inocentes morrem vítimas dos confrontos entre policiais e bandidos.

Pouco adianta os moradores acusarem a polícia e fazerem qualquer tipo de manifestação. Enquanto os bandidos tiverem alojados e dominando os bairros, haverá sempre alguém para reclamar e os confrontos serão inevitáveis.

A omissão das autoridades e da sociedade, ao longo dos anos, possibilitou a organização dos criminosos e a ocupação do setores hoje dominados por eles. Qualquer país do mundo, em situação semelhante, já teria eliminado essas organizações e devolvido a paz às comunidades ocupadas.

No Brasil, em nome dos direitos humanos e do faz de conta, as famílias choram a perda dos seus ente queridos, colocam a culpa na polícia e protegem as organizações criminosas. Dessa forma, a população da cidade maravilhosa vai continuar no meio do fogo cruzado, entre bandidos e policiais.

Nessa situação, pouco adianta as famílias reclamarem de balas perdidas e tentarem saber de onde veio, enquanto viverem no território disputado à bala pelo estado e pelas organizações criminosas. Quem vive no espaço de gurra, infelizmente, está sempre na mira das armas e sujeito a ser atingido por balas chamadas de perdidas.

A situação é crítica, deprimente, e depõe contra a imagem pública do Rio de Janeiro e do Brasil. No entanto, não há problema sem solução. Como esse é um problema considerado gravíssimo, a solução vai ser mais difícil e depende de ações conjuntas das autoridades estaduais e federais.

As ações pontuais, como tem sido feitas, vão continuar assassinando policiais, matando bandidos, e vitimando pessoas inocentes. Para restabelecer a ordem na cidade maravilhosa, proteger a população subjugada e abrir caminhos para o poder público, só tem um jeito, os governos estadual e federal se unirem e fazerem uma varredura, de fora para dentro, em todas as áreas ocupadas pelos bandidos.

De outras formas já tentaram e não conseguiram os resultados esperados. Portanto, buscar outros caminhos, é enxugar gelo. Já está provado que não funciona.

*Gercy Joaquim Camelo é rotariano /Coronel da Reserva da Polícia Militar do Estado de Goiás/ Formação acadêmica em Direito

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

spot_img

Leia também

Brasília será sede do IX Encontro das Cidades Criativas da Unesco

De 25 a 28 de novembro, Brasília sediará o IX Encontro da Rede Brasileira de...

Mais Radar

COP30: a geopolítica da energia em ação e os desafios climáticos

A COP30, sediada em Belém sob liderança brasileira, discute financiamento e ações concretas contra as mudanças climáticas em meio às crescentes disputas geopolíticas e desafios globais de segurança energética.

Outubro Rosa: um pacto de vida e direito à prevenção

*Por Janete Vaz*: Cada exame feito no tempo certo e cada vacina aplicada são passos reais para salvar vidas e reduzir desigualdades que ainda matam silenciosamente no Brasil.

Mical Damasceno: quando política e fé se harmonizam, ganha a sociedade

Não tenho a menor convivência com essa deputada, salvo engano, a...

Lula, a anistia e o casuísmo: apoio em 1988, crítica hoje

Por Everardo Gueiros: Lula, que em 1988 votou pela anistia a terroristas, guerrilheiros, sequestradores e assaltantes de bancos, agora se opõe à anistia aos manifestantes do 8 de janeiro — um contraste que expõe a mudança de discurso conforme a conveniência política.

Falsa toga e cárcere privado expõe e desmoraliza justiça do Distrito Federal

No Sol Nascente, um juiz de paz manteve uma adolescente em cárcere privado. O escândalo da “Falsa Toga” revela a falência institucional e expõe a grave omissão da Justiça do DF diante da violência.

Últimas do Radar