|Por Toni Duarte//RADAR-DF
Cerca de mil militares do Corpo de Bombeiros do DF, prestarão o último adeus e toda as honrarias a soldado Marizelli Dias do 2º Batalhão de Taguatinga, onde será velada. A bombeira teve fraturas e traumatismo craniano provocados por uma árvore e por cabos de energia que se romperam quando combatia um incêndio na QNL 02, em Taguatinga.
A militar de 31 anos e mães de dois filhos, Raniele, de 4 anos; e Erick, de 5, lutou pela própria vida durante 10 horas no leito do hospital, mas, não conseguiu e veio a óbito após a quinta e última parada cardiorrespiratória.
A destemida heroína do fogo, acostumada a encarar missões das mais difíceis, morreu vergando a farda laranja de combate a incêndios que devoram a nossa fauna e flora neste período do ano.
A comoção no adeus a Marizelli não está apenas nos quartéis vermelhos, está também na população do Distrito Federal que preza e respeita os combatentes “anjos-laranjas” que salvam vidas, colocando as suas em risco.
Nas redes sociais um texto foi bastante compartilhado por expressa perfeitamente a saga da guerreira Marizelli após sair para a sua última batalha na manhã deste domingo (15/09). Diz o texto:
“Nenhum Bombeiro sabe quando o brado será o último. Ninguém sabe. A adrenalina sobe e a vibração toma de conta do sangue vermelho, a nossa cor.
Nenhum Bombeiro sabe que aquele deslocamento na viatura pode ser o último. A equipagem às pressas, amplamente treinada, as conversas no trajeto, improvisadas, as risadas, as estratégias da missão. Ninguém sabe quando serão as últimas.
O som da sirene rasgando o silêncio das ruas e o ronco das viaturas abrindo caminho em direção ao sinistro, são músicas em nossos ouvidos.
A gente imagina que sempre as ouviremos outra vez. Vidas Alheias importam mais que as nossas e seguimos em direção ao que destino escalou para aquele dia.
Vamos, não sabemos se voltamos, mas vamos. E vamos vibrando. Avante Guarnição. Voamos ligeiros! Para a frente! O que importa a tormenta?!
Naqueles eternos instantes entre o brado e o regresso, nossa vida fica nas mãos de Deus. Vidas Alheias e Riquezas Salvar é o nosso lema. É a nossa unissona voz.
E como irmãos que somos, estamos na lida, cuidando um dos outros e cumprindo a missão. Não temem da morte os Bombeiros, quando ecoa do alarme o sinal!
Mas, algumas vezes, sem que a gente entenda o porquê, Deus busca um de nossos anjos-laranja de volta e o transforma em herói, heroína, imortal. Algumas vezes aquele brado, infelizmente, é o último.
Algumas vezes aquela Viatura transporta os nossos amados heróis pela última vez. Algumas vezes a sirene é um canto celestial anunciando que as portas do céu se abriram para que Deus incorpore mais um anjo em sua tropa de heróis anônimos.
Algumas vezes, Deus leva o nosso irmão, a nossa irmã e todo um Corpo de Bombeiros sente, toda uma tropa chora.
Descanse em paz Guerreira Marizeli, seu nome ecoará no livro dos lendários, dos imortais, dos heróis que escrevem a nossa história.
Nosso pesar mais sentido e nossa continência mais honrosa à você.
Que Deus a receba e conforte o coração da família e amigos neste momento de dor tão grande, sempre confiantes na vida eterna prometida e na bondade e misericórdia de Deus”.
Cleônio Dourado
