Radar Político/Opinião DIREITO DE RESPOSTA

Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

A “década perdida” do DF: corrupção, ruína e descaramento político

Publicado em

Desde a criação do Distrito Federal como ente independente, dotado de autonomia política conforme a Constituição Federal de 1988, a população brasiliense jamais enfrentou um período tão desastroso quanto a década marcada pelos governos de José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Rodrigo Rollemberg.

Esses quatro mandatários, que passaram pelo Buriti entre 2007 a 2018, foram caracterizados por escândalos de corrupção, má gestão e promessas não cumpridas, configurando uma verdadeira “década perdida” para a capital do Brasil.

O marco inicial dessa fase sombria foi o governo de José Roberto Arruda (2007-2010), que culminou em um dos maiores escândalos da história do DF: o caso conhecido como “Mensalão do DEM” ou “Operação Caixa de Pandora”.

A denúncia, encabeçada por Durval Barbosa, revelou um esquema de propinas que envolvia deputados distritais e o próprio governador.

Vídeos que até hoje viralizam na internet, mostrando a distribuição de dinheiro, chocaram a população e levaram à prisão de Arruda, que foi afastado do cargo em 2010.

O impacto desse escândalo reverberou por anos, abalando a confiança dos cidadãos nas instituições públicas.

Com a queda de Arruda, Rogério Rosso assumiu como governador tampão (2010-2011), em uma tentativa de estabilizar a crise política.

Contudo, seu governo, embora curto, não conseguiu reverter os danos causados pelo antecessor.

O Distrito Federal continuou refém dos efeitos maléficos do governo Arruda, com a população clamando por mudanças.

A eleição de Agnelo Queiroz (2011-2014), do Partido dos Trabalhadores (PT), surfada na onda de Lula e Dilma sobrava a expectativa era que um governo petista pudesse tirar o Distrito Federal do buraco.

No entanto, o que se viu foi a continuidade de práticas corruptas tanto no Planalto como na Buriti.

O escândalo do “propinoduto” na construção do Estádio Mané Garrincha, uma das obras mais caras da Copa do Mundo de 2014, revelou desvios de milhões de reais.

Agnelo, assim como Arruda, também foi preso compondo a escória da ala reservada aos corruptos na Papuda.

Por fim, o governo de Rodrigo Rollemberg (2015-2018), do Partido Socialista Brasileiro (PSB), prometia uma gestão moderna e transparente, autodenominada “Governo de Brasília”, uma nomenclatura que, curiosamente, parecia desvincular-se da identidade do Distrito Federal.

No entanto, a administração de Rollemberg foi marcada por descaso e deterioração da infraestrutura da capital federal.

Viadutos desabaram, como o ocorrido na Galeria dos Estados em 2018, simbolizando o colapso de uma gestão que deixou a cidade monumental, idealizada por Juscelino Kubitschek, em frangalhos.

A população enfrentou problemas como greves no transporte público, crise na saúde e insegurança, enquanto a promessa de renovação se dissipava.

O mais frustrante é observar que muitos dos protagonistas dessa década perdida reaparecem na cena política com discursos renovados, como se a memória coletiva fosse curta.

Arruda, com aquela cara de quem nunca ouviu falar em “oração da propina”, sonha em voltar ao Palácio do Buriti, como se sua “igrejinha” de escândalos fosse apenas um mal-entendido.

Agnelo, não menos audacioso, acha que merece um assento na Câmara, como se o propinoduto do Mané Garrincha fosse apenas fruto da intriga da oposição.

E Rollemberg, o inesquecível “maestro dos viadutos desabados”, jura que tem estofo para se reeleger deputado, como se o povo de Brasília sofresse de amnésia coletiva e aplaudisse o pior governador que a cidade já viu.

Respeitem o povo, seus cabras!

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

spot_img

Leia também

DF: Orçamento 2026 tem R$ 74,4 bilhões e atuação firme de Eduardo Pedrosa

A aprovação da LOA 2026, com orçamento de R$ 74,4 bilhões, reforçou a liderança de Eduardo Pedrosa nas definições fiscais do DF. Sua atuação assegurou diálogo amplo, inclusão de emendas e equilíbrio no uso dos recursos públicos para o próximo ano.

Mais Radar

Aceita que dói menos! Rejeição de 53% a Arruda é sentença de morte eleitoral

A rejeição de 53% confirma que o DF não aceita o retorno de José Roberto Arruda, marcado por escândalos, prisão e inelegibilidade. A memória da Caixa de Pandora ainda pesa e impede sua volta ao comando do Buriti

Laços com os Três Poderes tornam o caso Master um escândalo intocável

A tentativa de criação de CPIs sobre o caso Banco Master do banqueiro Daniel Vorcaro não passa de encenação: serviu apenas para blindar os envolvidos ou virar palanque político-eleitoreiro. Deputados petistas do DF, como Chico Vigilante, teriam coragem de convocar ministros de Lula para depor?

Bia Kicis chama de “racha” escolha de Flávio em vez de Michelle

Bia Kicis ficou atônita: o anúncio de Bolsonaro, lançando Flávio e descartando Michelle, caiu como “água no chope” e desmoronou seus planos para o Senado, abrindo um racha explosivo no PL do DF.

Reguffe e Arruda: o “rei da ética” torna-se parceiro do “rei da propina filmada”

Reguffe, antes símbolo da ética, surge ao lado de Arruda, condenado no caso Pandora. O ex-senador, que evitava fotos com suspeitos, agora posa com quem foi preso por comandar o esquema que jurou combater. Vai confiar!!

Prudente detona rivais: “Celina ganha em qualquer cenário em 2026″

Deputado federal Rafael Prudente (MDB-DF) disse ao Radar DF nesta quarta (03): “Celina Leão está imbatível para 2026. Nenhum adversário anunciado até agora, vence no 1º ou 2º turno. Nosso grupo é sólido, as obras falam e as pesquisas confirmam".
- PUBLICIDADE -

Últimas do Radar Político