No tabuleiro da política do Distrito Federal, poucos nomes carregam o peso e a consistência de Nelson Tadeu Filippelli.
Engenheiro eletricista de formação, mas político por vocação, Filippelli é daquelas figuras que não apenas participam da história, mas ajudam a escrevê-la.
Sua trajetória, marcada por uma mistura de pragmatismo técnico e habilidade estratégica, transformou-o em um pilar da política brasiliense, cuja influência transcende cargos e mandatos.
Filippelli é, acima de tudo, um construtor. Não apenas no sentido literal, embora sua passagem como secretário de Obras nos governos de Joaquim Roriz tenha deixado um legado visível nas grandes obras de infraestrutura que modernizaram regiões administrativas e ampliaram a política habitacional no DF.
Sua formação como engenheiro deu a ele uma lente única: a capacidade de enxergar a política como um projeto estruturado, onde cada peça, de uma ponte a uma articulação partidária, precisa estar no lugar certo para sustentar o todo.
Foi essa visão que o levou a coordenar iniciativas que melhoraram a qualidade de vida de milhares de brasilienses, transformando o DF em uma capital mais funcional, humanizada e acolhedora.
Mas não se engane: Filippelli não é apenas um técnico. Ele é um “animal político” no melhor sentido da expressão.
Como presidente regional do MDB, ele foi o grande arquiteto da hegemonia do partido no Distrito Federal, um feito que poucos podem reivindicar.
O MDB governou Brasília por 4 vezes com Joaquim Roriz e dois com Ibaneis Rocha, consolidando uma força política que moldou o destino da capital.
Nem tudo, claro, foi um mar de rosas para Tadeu Fillippeli. Sua ruptura com Roriz em 2009, quando defendeu a independência do MDB em relação à reeleição de José Roberto Arruda, foi um momento definidor.
A decisão, embora polêmica, revelou um líder disposto a arriscar em nome de suas convicções, consolidando sua autoridade no partido e reforçando sua estatura como articulador respeitado, tanto localmente quanto no cenário nacional.
Foi nessa pegada que o velho cacique emedebista conseguiu 1 mandato de deputado distrital, 4 mandatos de deputado federal, atuando no alto clero da Câmara Baixa, e foi vice-governador do DF.
Hoje, sem mandato e sem a presidência da legenda, Filippelli segue sendo uma força gravitacional na política do DF.
Ele continua como um dos grandes e influentes caciques do partido, queiram ou não, com lugar cativo no Conselho Curador e na presidência regional da Fundação Ulysses Guimarães, braço de estudos e formação política do MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
É dessa forma que Filippelli, no auge de seus 76 anos, utiliza os espaços para articular pautas que conectam as demandas do DF às grandes discussões nacionais.
A pergunta que paira no ar: será ele candidato em 2026, seja a deputado distrital ou federal? A resposta é quase secundária.
Filippelli já provou que sua influência não depende de um assento no plenário das casas legislativas.
Ele é maior que isso. É a prova viva de que, na política, ‘o verdadeiro poder está na capacidade de construir pontes entre ideias, pessoas e projetos’, como ele próprio diz.
Independentemente do que o futuro reserva, uma coisa é certa: enquanto houver política em Brasília, o nome de Filippelli será sinônimo de influência e transformação. E isso não é pouca coisa.