Radar Político/Opinião DIREITO DE RESPOSTA

Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

Federações partidárias impulsionam Celina Leão e podem isolar PL no DF

Publicado em

A formação da federação União Progressista (União Brasil-PP), juntamente com a possível formação de uma federação entre MDB, Republicanos e possivelmente PSD, está remodelando o panorama político do Distrito Federal (DF) para as eleições de 2026.

Os partidos que fazem parte da base aliada do governador Ibaneis Rocha (MDB) consideram a vice-governadora Celina Leão (PP) como a principal candidata a vencer a eleição ao Palácio do Buriti, possivelmente em primeiro turno.

A configuração ameaça isolar o PL, partido de Jair Bolsonaro, caso opte por uma candidatura própria ao governo, encabeçada por Bia Kicis, ou divida esforços com candidaturas avulsas ao Senado, além da já planejada postulação de Michelle Bolsonaro.

Se não, vejamos: a federação União Progressista, composta pela União Brasil-PP, é a maior bancada do Congresso, com 108 deputados e 14 senadores, o que lhe confere um grande montante de recursos do fundo partidário e influência legislativa.

O PP de Celina Leão, que aparece como líder nas pesquisas com 36,6% das intenções de voto, se beneficia diretamente dessa estrutura.

As negociações para a federação de MDB e Republicanos, lideradas por Baleia Rossi e Marcos Pereira, avançaram bastante na semana passada, com a possibilidade de incluir o PSD.

Juntos, esses partidos somariam cerca de 130 deputados e 20 senadores, consolidando uma poderosa força política no cenário nacional.

A federação MDB-Republicanos-PSD fortaleceria a base de Ibaneis Rocha, que pretende concorrer a uma das duas vagas ao Senado, garantindo, dessa forma, uma das vagas.

Essa configuração proporciona um tempo de TV, recursos financeiros e uma campanha estruturada, o que pode assegurar a vitória de Celina, possivelmente em primeiro turno, dada a sua performance nas pesquisas eleitorais.

Por outro lado, o PL poderia enfrentar uma situação de isolamento político no Distrito Federal se persistir em uma candidatura própria ao Palácio do Buriti, ou se dividir seus esforços com candidaturas ao GDF e avulsas ao Senado, como prega Bia Kicis.

Os motivos são bastante claros.

A falta de alianças robustas é um ponto negativo do PL. A federação União Progressista e o provável MDB-Republicanos-PSD representam a maioria dos partidos da base de Ibaneis, o que torna o PL com poucas opções de aliança.

Os partidos de menor porte não possuem a estrutura necessária para competir com a máquina governamental.

Lançar uma candidatura avulsa ao Senado, neste cenário, além de Michelle Bolsonaro, pode resultar em desastre eleitoral do PL, reduzindo sua competitividade contra Ibaneis e Leila Barros.

A história recente revela que o PL não é o dono do seu próprio nariz.

Em 2022, o Partido Liberal recuou das candidaturas majoritárias no Distrito Federal, apoiando Ibaneis, demonstrando a sua fragilidade em competir sozinho.

Sem a estrutura do governo Ibaneis e com recursos limitados, o PL pode enfrentar uma campanha fracassada contra Celina, apoiada por duas federações poderosas.

O PL deve decidir entre o isolamento ideológico ou a busca por alianças fortes lideradas pelo governador.

Se optar pela primeira via, o partido corre o risco de ver Celina Leão ser eleita em primeiro turno e Ibaneis ser eleito senador, consolidando o domínio das federações aliadas no Distrito Federal.

Em outras palavras, apesar de ter um número elevado de eleitores de direita no Distrito Federal, o PL pode sofrer uma queda em 2026.

A janela partidária pode ser benéfica para alguns de seus pré-candidatos, caso Bia Kicis permaneça caminhando rumo a essa tragédia do Partido.

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

spot_img

Leia também

Fábio Félix denuncia masmorra que tortura dependentes químicos no DF

Distrital denuncia "masmorra" em clínica terapêutica no Lago Oeste pela prática de tortura, superlotação, cárcere privado sem ordem judicial. Durante uma visita de fiscalização, o parlamentar pediu a prisão em flagrantes dos responsáveis pela clínica.

Mais Radar

Para se reeleger em 2026, Lula cria “saco de gatos” no DF que inclui até Arruda

Lula monta um verdadeiro “saco de gatos” no DF para tentar se reeleger em 2026: um grupo de pré-candidatos repleto de disputas internas, que expõe ainda mais o desgaste do presidente frente ao avanço da direita conservadora na capital federal.

Roubalheira contra aposentados do INSS fará Lula sangrar até a eleição

Lula trabalhou para blindar seu ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, por saber que a roubalheira no INSS poderia atingir seu filho, Lulinha, e seu irmão, Frei Chico.

Roriz Neto e a promessa do “pão e leite” que nunca saiu do papel

O mote do “pão com leite” reaparece como arma populista de Joaquim Roriz Neto, usado não para matar a fome real, mas para alimentar o jogo eleitoral em 2026.

Republicanos prepara Gustavo Rocha para vice de Celina em 2026

Republicanos DF se reúne dia 16 para filiar Gustavo Rocha e Fernando Fernandes. Negociação de Ibaneis Rocha com Marcos Pereira visa Gustavo como vice de Celina Leão em 2026. Partido ganha força com nova secretaria para Gilvan Máximo.

Caiado ataca governo frouxo de Lula que se ajoelha para o crime organizado

O presidenciável Ronaldo Caiado denuncia que a falta de firmeza do governo federal abriu espaço para o crime organizado se expandir em diversos setores estratégicos da economia.
- PUBLICIDADE -

Últimas do Radar Político