Radar Político/Opinião DIREITO DE RESPOSTA

Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

Dra. Néa Bello: pioneira do Direito e legado inesquecível no Maranhão

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No último dia 27 de abril, o Maranhão perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas no campo do direito: a Dra. Nea Bello de Sá, ex-Procuradora-Geral de Justiça e Corregedora-Geral do Ministério Público do Maranhão (MPMA).

Sua partida, aos 88 anos, anunciada com pesar pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP) e lamentada por autoridades como o governador Carlos Brandão, “deixa um vazio no meio jurídico, mas também um legado de coragem, ética e pioneirismo que continuará a inspirar gerações”.

Néa Bello de Sá foi muito mais do que uma jurista brilhante; ela foi uma desbravadora. Como a primeira mulher a ocupar o cargo de Procuradora-Geral de Justiça do Maranhão, rompeu barreiras em um cenário predominantemente masculino, consolidando seu nome como referência de liderança e competência.

Sua atuação no MPMA foi pautada por um compromisso inabalável com a justiça, a ética e o combate à corrupção, valores que a tornaram uma figura respeitada e admirada.

Além de sua gestão à frente da Procuradoria-Geral, Nea também exerceu o cargo de Corregedora-Geral do MPMA, com  versatilidade e dedicação em funções que exigiam rigor e sensibilidade.

Néa Bello de Sá pertencia a uma família tradicional do Maranhão, com forte presença no campo jurídico e político do estado, sendo filha do ex-governador Newton Bello, advogado e promotor de justiça.

Sua mãe, Aldenora Bello, foi uma das mulheres mais fantásticas no campo social por seu trabalho filantrópico, sendo uma das fundadoras e primeira presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer no Maranhão, em 1962.

Essa combinação de sensibilidade jurídica e social moldou Néa como uma figura que carregou o legado de seus pais, unindo justiça e solidariedade no curso de sua vida.

A família Bello é sinônimo de compromisso com o direito no Maranhão, e Néa, com sua trajetória exemplar, elevou ainda mais o prestígio desse nome.

Sua atuação serviu como ponte entre a tradição jurídica de sua família e as transformações necessárias para um Ministério Público mais inclusivo e engajado.

Em um contexto histórico em que as mulheres enfrentavam enormes obstáculos para ascender a cargos de liderança no sistema de justiça, Néa Bello de Sá se destacou como um símbolo de resistência e inspiração para muitas mulheres, seja do próprio Ministério Público, ou fora dele.

O falecimento de Néa Bello de Sá marca o fim de uma era, mas seu legado está longe de se apagar.

Como mulher, jurista e líder, ela demonstrou ser possível construir uma carreira de impacto enquanto se mantém fiel aos princípios mais elevados do direito, que a justiça é um ideal pelo qual vale a pena lutar.

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

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