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Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

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Políticos do Maranhão ignoram Sarney em homenagem em Brasília

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou uma solenidade para conceder ao ex-presidente José Sarney o título de Cidadão Honorário de Brasília, uma honraria que celebra seus 40 anos de contribuição à redemocratização do Brasil.

Aos 94 anos, Sarney foi enaltecido por algumas das mais importantes personalidades políticas do país, como o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, e o senador Eduardo Gomes, que destacaram seu importante papel na transição democrática e na promulgação da Constituição de 1988.

Contudo, um fato chamou a atenção durante o evento: a ausência dos três senadores e dos 18 deputados federais do Maranhão, estado natal de Sarney.

O senador Roberto Rocha foi o único representante maranhense presente, um fato que evidencia o surpreendente distanciamento da classe política do Maranhão em relação ao legado de um dos mais destacados nomes da história política brasileira.

José Sarney é uma figura imensurável na política nacional por construir uma trajetória que abrange mais de sete décadas de vida pública.

Deputado federal, governador do Maranhão, senador por dois estados (Maranhão e Amapá) e presidente da República entre 1985 e 1990, Sarney assumiu o comando do país em um momento de extrema fragilidade e conduziu o Brasil rumo à democracia após 21 anos de regime militar. Ninguém fez mais do que ele.

Seu governo foi marcado pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na Constituição cidadã de 1988, um marco que restabeleceu direitos democráticos, como as eleições diretas, e consolidou garantias individuais fundamentais.

Aqui no nosso quadrado (DF), Sarney deixou legados concretos em Brasília, como a fixação da Vila Planalto e o apoio à inclusão da capital como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, ações que demonstram a sua ligação com a cidade, que agora o reconhece como cidadão honorário.

Durante a solenidade, as falas das autoridades presentes sintetizam a magnitude de sua contribuição.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, destacou que Sarney “conduziu a paz social e a democracia” em um período de incertezas, enquanto Gilmar Mendes o chamou de “cidadão da paz mundial” por seu papel na redemocratização.

O senador tocantinense Eduardo Gomes lembrou feitos como a criação do estado do Tocantins e a instituição da Câmara Legislativa do DF, frutos diretos de sua gestão.

Essas declarações sugerem que Sarney, mesmo aos 94 anos, permanece uma referência viva de equilíbrio político e visão de futuro, continuando a inspirar líderes nacionais.

Diante de tamanha relevância, a ausência dos representantes maranhenses no evento é, no mínimo, intrigante.

Dos três senadores do estado, figuras como Eliziane Gama, Weverton Rocha, e Ana Paula Lobato, nenhum compareceu.

Da mesma forma, os 18 deputados federais do Maranhão, que juntos formam uma das bancadas mais numerosas da região Nordeste, também não se fizeram presentes.

A exceção foi Roberto Rocha, que, em seu discurso, exaltou o parlamento brasiliense pela celebração do legado de José Sarney.

A solenidade na CLDF foi mais do que uma homenagem protocolar; foi um reconhecimento da história viva de um homem que ajudou a moldar o Brasil contemporâneo.

A presença de ex-governadores do DF, como José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, e de figuras do Judiciário e do Legislativo nacional contrasta ainda mais com o vazio deixado pela classe política maranhense.

Enquanto o país celebra os 40 anos de redemocratização e exalta Sarney como um de seus arquitetos, o Maranhão, ironicamente, parece distante de reverenciar aquele que é, nas palavras do senador Roberto Rocha, “o maior político da história do estado”.

Em um momento em que José Sarney, aos 94 anos, segue oferecendo lições de resiliência e visão democrática, a ausência de seus conterrâneos políticos na homenagem de Brasília sugere que, enquanto o Brasil celebra seu legado, o Maranhão ainda pode precisar de tempo para compreender e abraçar plenamente a grandeza de seu filho mais ilustre.

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

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