Justiça ordena demolição do Mini-Chácaras; moradores recorrem de decisão

Publicado em

Sob a ameaça de demolição total, moradores do Condomínio Mini Chácaras do Lago Sul, no Jardim Botânico, entraram com um recurso no Tribunal de Justiça do Distrito Federal questionando a decisão.

Eles pedem a cassação ou a reforma da sentença que ordena a demolição de centenas de residências e estabelecimentos comerciais no loteamento informal.

No recurso apresentado à Corte Superior de Justiça, a decisão do juiz Frederico Maroja, da Vara do Meio Ambiente, foi questionada por não permitir uma defesa prévia.

A defesa do condomínio sustenta que o magistrado alterou o rumo da decisão, violando a Constituição Federal de 1988, bem como as leis federais e distritais.

Os moradores sustentaram que não tiveram o direito de defesa adequada.

A sentença do juiz Carlos Maroja é resultado de uma ação pública movida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que defende a remoção e recuperação ambiental da área.

A defesa do condomínio diz que a decisão viola leis recentes do Distrito Federal, como as Leis Complementares 986/2021 e 1040/2024, e a Súmula no 10 do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os moradores dizem que o loteamento, que tem cerca de 5.000 pessoas, pode ser regularizado pela Lei Federal no 13.465/2017.

Eles ressaltam que investiram em documentos para a regularização e afirmam que o pagamento de tributos ao governo local demonstra que o parcelamento não é ilegal.

Também invocam os princípios constitucionais, como o direito à moradia, à igualdade, à razoabilidade e à segurança jurídica.

A sentença proferida no início do mês determinou a demolição de todas as construções e a recomposição ambiental da área, com um prazo de 12 meses para execução.

Se houver atraso, será aplicada uma penalidade diária de R$ 10 mil, limitada a R$ 500 milhões.

O plano de recuperação ambiental deverá ser pago pelos moradores, sob pena de processos criminais e administrativos.

O advogado Mario Gilberto Oliveira, que representa o condomínio, disse ao RadarDF que a decisão da Vara do Meio Ambiente não seguiu as leis que permitem regularizar loteamentos antigos até 2016. Ele critica a falta de uma análise técnica.

A defesa também cita uma norma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que orienta a regularização fundiária e evita demolições.

O caso segue para a instância superior e poderá estabelecer precedentes relevantes em relação à aplicação das leis de regularização fundiária no Distrito Federal.

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

Leia também

Anatel justifica fim da obrigatoriedade do uso do 0303

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revogou a obrigatoriedade das empresas que fazem grande volume de chamadas telefônicas de identificar suas ligações com o...

Mais Radar

Inércia do Condomínio RK põe famílias sob risco de verem suas casas demolidas

Apesar do acordo firmado em dezembro de 2024 com a Terracap, a administração do condomínio RK ainda não assinou o termo, colocando em risco de demolição por determinação judicial os imóveis de mais de 2 mil famílias.

Comissão do TJDFT busca soluções pacíficas em despejos coletivos

Desembargador Renato Scussel lidera Comissão do TJDFT que, em parceria com o GDF, promove soluções pacíficas para despejos e reintegrações de posse em moradias coletivas e áreas produtivas de populações vulneráveis.

AJAB e DER planejam melhoria de acesso a condomínios do J. Botânico

Reunião conduzida por Toni Duarte, presidente da AJAB, contou com a participação do administrador Aderivaldo Cardoso e síndicos de sete condomínios do Jardim Botânico, representando mais de 12 mil moradores, para discutir acessos.

Regularização do condomínio Residencial RK avança com acordo histórico

Com o apoio pessoal do governador Ibaneis, o Condomínio Rural Residencial RK,, após décadas de incertezas e embates judiciais, está próximo de alcançar uma solução definitiva para a regularização fundiária de sua área, mediando negociações com a TERRACAP.

Condomínio RK contesta demolição e multa em ação judicial

Condomínio RK contesta demolição de 2.071 casas e multa de R$ 224 mi no TJDFT, destacando o TAC nº 002/2007, que prevê regularização e segue válido, não podendo ser ignorado por Justiça e MPDFT, além de obras que sanaram danos

Últimas do Radar

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.