O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, chamou atenção para o ritmo acelerado de crescimento dos casos de varíola dos macacos no planeta.
Ele informou, em coletiva de imprensa nessa quarta-feira (17), que 7,5 mil novos casos de monkeypox foram registrados no mundo na última semana. O aumento representa cerca de 20% em relação à semana anterior.
De acordo com a OMS, a varíola dos macacos já se espalhou por 92 países, provocando 35 mil diagnósticos e 12 mortes.
Rosamund Lewis, líder técnica da OMS no combate à varíola dos macacos destacou que vários países mostram tendências preocupantes e o Brasil é um deles.
Segundo ela, “o número de casos continua a subir e é importante que medidas de prevenção sejam implementadas e que os indivíduos sejam informados de que precisam se proteger”.
A maioria dos casos se concentra entre homens que fazem sexo com homens. Porém, há diagnósticos fora deste grupo, com “homens que se dizem heterossexuais”, mulheres, adolescentes com idade de iniciação sexual e entre crianças com menos de 10 anos, segundo Lewis.
Ele destaca que “os homens que fazem sexo com homens são o grupo primário de risco, mas qualquer pessoa exposta ao vírus corre risco, seja em ambiente domiciliar ou de trabalho”.
Em elação às vacinas, O aumento global de casos fez com que a demanda disparasse. A OMS alertou que as pessoas devem adotar outras medidas para se protegerem. A medida se deve ao estoque limitado e à limitação de dados sobre a eficácia dos imunizantes.
“As vacinas que temos agora são seguras, mas ainda não esperamos uma eficácia de 100%. Sabíamos desde o início que a vacina não seria a bala de prata. Temos que esperar até que ela gere uma resposta imunológica”, ressaltou Lewis.
Transmissão para animais de estimação
A revista The Lancet publicou na quarta-feira passada (10), o primeiro caso de um cachorro com varíola dos macacos. A suspeita é de que o animal tenha sido infectado por seus tutores.
“O caso comprova que o animal foi exposto ao vírus. Os animais de estimação não representam risco à população e as pessoas que têm animais devem protegê-los”, informou o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.
Ele também destacou não ser incomum que animais sejam infectados por vírus transmitidos por humanos, mas é importante fazer o monitoramento.