Nas 24 horas que separam o final de 2016 e a entrada de 2017, o governador Rodrigo Rollemberg, por telefone, avisou ao secretário de Saúde, Humberto Fonseca que não quer mais vê-lo no comando da pasta do governo de Brasília
pé na bunda do funcionário de carreira do Senado só falta ser oficializado no Diário Oficial para ser substituído pelo médico e criador de gado em fazendas de Minas Gerais e Goiás, Roberto Lucena. Para a sindicalista Marli Rodrigues, presidente do Sindsaúde, de nada adianta demitir e botar secretários na Secretaria de Saúde, por onde já passaram quatro nos últimos dois anos.
“O problema da Saúde, está na árvore podre plantada no Buriti desde o dia 1 de janeiro de 2015 e que leva o nome de Rodrigo Sobral Rollemberg”, disse ela.
Marli Rodrigues sabe do que fala. Ela foi a protagonista de uma “denúncia bomba” que chegou às mãos do Ministério Público e em seguida deu lastro a uma CPI instalada na Câmara Legislativa que investigou e encontrou indícios de corrupção. Gravações e documentos fornecidos pela presidente do Sindsaúde indicavam o envolvimento direto do governador Rodrigo Rollemberg e da primeira-dama Márcia Rollemberg em um esquema de pagamento de propinas dentro da Secretaria de Saúde.
Ao Radar ela voltou a afirmar que há de fato um meio podre dentro da pasta e que não há secretário que possa dar jeito. “Quem tenta acabar com isso é demitido sumariamente ou pede pra sair perseguido”, disse.
Ela aponta que neste conturbado período de dois anos, já passaram pela Secretaria de Saúde o cardiologista Ivan Castelli, o proctologista e professor da UnB, João Batista de Sousa, o consultor do Senado, especialista em Orçamento, Gestão e Previdência, Fábio Gondim que foi substituído por Humberto Fonseca. “Segundo informações de bastidores, Fonseca teria recebido um telefonema do governador Rodrigo Rollemberg na véspera do natal onde pedia para desocupar o cargo. Quem tem que dar o fora do Buriti é Rollemberg”, afirma.
Por entender que Brasília está completamente largada e que a saúde não funciona, a presidente do Sindsaúde protocolou na Câmara Legislativa em novembro um pedido de impeachment do governador. O pedido, segundo a sindicalista está fundamentado no descumprimento de leis e de decisões judiciais, o que estaria caracterizado como crime de responsabilidade previsto no art. 101, inciso VII, da Lei Orgânica do DF. Mas o presidente interino da Câmara Juareizão (PSB) mandou arquivar o documento.
“O Juareizão, um servidor de carreira da saúde e que se tornou deputado com os votos da categoria nos enche de vergonha e nos traiu. É um deputado que deixou uma decepção muito grande a esse setor quando não moveu um dedo pela nossa gratificação e pelas nossas 20 horas. Ele pensa que será deputado ad aeternum”. Marli Rodrigues afirmou que ira reapresentar o pedido de impeachment a nova diretoria da Câmara Legislativa que toma posse neste domingo (01).
A sindicalista afirmou que nunca na história de um governo do Distrito Federal a categoria dos servidores públicos, principalmente os servidores da saúde, foi tanto humilhada e roubada em seus direitos adquiridos como no governo de Rodrigo Rollemberg.
“A população fecha o ano de 2016 sem saúde e com a saúde pública deteriorada e sem prazo para sair da UTI. O Sindsaúde botou no seu site a contagem regressiva para a saída desde governo e cada dia a menos é motivo de comemoração. Hoje, falta 731 dias”, afirma a sindicalista.
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