Uma pesquisa encontrou cinco variantes que, associadas a muitos anos de escolaridade e a pouco tempo ao ar livre, elevam o risco de miopia em adultos. O artigo, publicado na revista Plos Genetics, foi feito com dados de mais de 340 mil pessoas que vivem no Reino Unido.
O estudo, conduzido pela Universidade de Cardiff, mostrou que variantes genéticas aumentam progressivamente o risco de miopia, quanto mais anos de estudo a pessoa tem, especialmente aquelas com nível universitário.
Três genes nunca haviam sido identificados; os outros dois apareceram em levantamentos epidemiológicos do leste asiático onde, cerca de 80% das crianças se tornam míopes.
“Especulamos que a genética determina a susceptibilidade de uma pessoa à miopia, mas que a exposição a um fator de risco no estilo de vida é necessária para desencadear o seu desenvolvimento”, explica Jeremy Guggenheim, um dos pesquisadores.
Pesquisas anteriores descobriram 450 genes associados à miopia. Na atual, o estudo utilizou um banco de dados genético e de saúde do Reino Unido que contém a escolaridade dos participantes.
Os cientistas buscaram, no genoma total, variantes que combinadas a um alto nível de escolaridade, poderiam tornar as pessoas mais suscetíveis ao distúrbio oftalmológico, com base nesse parâmetro.
O médico destaca que longos períodos de exposição às telas digitais e pouco tempo de exposição em ambientes abertos são fatores potencialmente prejudiciais à visão.
“Se o indivíduo, tendo essa genética, tem um estilo de vida no qual nunca está ao ar livre, está sempre recluso, vive no quarto, fica horas e horas no celular ou no computador, isso é um fator de predisposição para miopias de alta grau”, diz o especialista.