Em comparação com aquelas que não tiveram a doença, as pessoas recuperadas da Covid-19 correm maior risco de sofrer lesões cerebrais nos 12 meses seguintes à infecção.
Dor de cabeça, ansiedade, depressão, tremores e perda de memória foram os principais problemas relatados pelas pessoas afetadas pelo coronavírus.
Os dados são da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicado na última quinta-feira (22), na revista Nature Medicine.
O estudo aborda as novas descobertas sobre a Covid longa. A pesquisa inclui dados de hospitalizados e não hospitalizados, coletados por mais de seis meses.
Cientistas avaliaram a saúde do cérebro de milhões de veteranos das forças armadas norte-americanas a partir de registros médicos, ao longo de um ano.
Dos avaliados, cerca de 150 mil tinham testes positivos para a Covid-19 entre março de 2020 e janeiro de 2021. Dos participantes não infectados no mesmo período, foram 5,6 milhões.
Das pessoas do grupo controle, 5,8 milhões tiveram os dados anteriores à chegada do coronavírus nos estados analisados.
Em relação aos outros grupos, 77% dos pacientes recuperados da Covid-19 apresentaram mais risco de desenvolver problemas de memória, conhecido como névoa cerebral.
A Covid-19 foi relacionada ao aumento de 50% do risco de um acidente vascular cerebral isquêmico, causado por coágulos sanguíneos, em comparação com o grupo não infectado.
Confrontados com o grupo controle, os pacientes recuperados da Covid no último ano foram 80% mais propensos a terem convulsões.
Dos mais propensos a sofrer problemas de saúde mental, foram 43%. Nesse quadro, encaixa-se ansiedade ou depressão. Além disso, também apareceu 35% mais tendentes a ter dores de cabeça e 42% a sofrer distúrbios de movimento.