O mês de conscientização sobre o câncer de próstata reforça a importância do exame de toque retal para diagnósticos precoces e mais chances de cura. O toque no ânus é rápido e indolor e permite ao médico identificar alterações da glândula.
O oncologista da Secretaria de Saúde (SES-DF) Gustavo Ribas alerta para o risco de um outro tipo de câncer que não envolve toque retal para rastreamento e já afeta homens a partir dos 15 anos.
Trata-se do câncer de testículo, que representa 5% dos casos de oncologia urológica. Segundo dados da SES-DF, em 2023, os homens representam apenas 34% da população presente nas consultas de atenção primária, aquelas realizadas em unidades básicas de saúde (UBSs).
“Como homem e médico, entendo que a visão mais restrita da maioria dos homens refere-se ao aspecto cultural, como uma herança dos seus antepassados a respeito da masculinidade. O homem tem arraigado o fato de não priorizar sua saúde, receio de sentir dor, não demonstrar inquietude, ansiedade e até medo, além do próprio desconhecimento e a falsa certeza de que nada de grave vai impactá-lo”, diz o médico.
Segundo a Pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) sobre a percepção do homem acerca da sua própria saúde, apenas 32% daqueles com mais de 40 anos se consideram muito preocupados e 46% só vão ao médico quando sentem algo.
No caso do câncer de próstata, a doença se desenvolve sem sintomas aparentes e em 45% dos casos os tumores são detectados já em estágio avançado. Em 2022, o Brasil registrou 16.292 óbitos pela doença, 44 por dia. No DF, foram 165 óbitos por neoplasia maligna de próstata em 2022 e 103 até agosto de 2023.