Não há mais dúvidas de que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha(MDB), tenha cometido qualquer ato criminoso; se omitido ou ajudado na deflagração dos atos violentos e antidemocráticos que atingiram as sedes dos Três Poderes, no triste 8 de janeiro.
A inocência do governador, sobre o horroroso caso, chegou na sexta-feira(10), pela Procuradoria-Geral da República (PGR), ao defender a imediata revogação da decisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que afastou Ibaneis por 90 dias do cargo sem consultar absolutamente ninguém.
A PGR, como dona da ação penal, por meio do subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, concluiu que no bojo das investigações e do inquérito instaurado pela Polícia Federal não há indícios de envolvimento do governador em torno dos atos violentos, que abalaram a República.
Hoje, domingo(12) completam exatos 63 dias de tamanho prejuízos políticos e administrativos, causados pela canetada monocrática de Xandão.
As minuciosas investigações feitas pela PF e os análises feitos pela PGR, atestam que Ibaneis é inocente.
Assim sendo, não há motivos para que o seu afastamento do cargo se prolongue por mais dias.
Ibaneis e o próprio povo do DF, que por meio da escolha democrática decidiu nas urnas permanecer com ele, por mais quatro anos, foram vítimas de uma conspiração política, que reuniu figuras notórias como o senador Randolfe Rodrigues(REDE), e até caciques do MDB, como o famigerado senador alagoano Renan Calheiros (MDB).
Randolfo pediu e Alexandre de Moraes deu a canetada, em cima de uma presunção sem pé e nem cabeça, classificando de forma antecipada a conduta do governador brasiliense como “dolosa omissiva”.
Já Renan, chegou a pregar e articular a expulsão de Ibaneis do MDB, julgando e condenando o emedebista sem provas.
Até o PV de Leandro Grass, candidato derrotado na corrida pelo Buriti, tentou pegar carona na crise imposta pelo STF.
Claro que a sandice de impeachment, intervenção federal total ao DF, além da manutenção do afastamento de Ibaneis por todo sempre, não prosperaram.
Se Leandro Crass quiser ser um dia o governador do DF, que dispute a eleição e que tenha a maioria dos votos, simples assim.
A porrada contra um governo legitimamente eleito é mais um desafio a ser vencido por Ibaneis, da mesma forma que venceu o dramático período provocado pela pandemia nos dois primeiro anos do governo anterior.
Sem o titular no comando, não se pode dizer que o governo do DF esteja funcionando muito bem nestes últimos 63 dias de agonia.
A vice Celina Leão (PP), que assumiu a interinidade, tem sido uma guerreira diante de tantas dificuldades provocadas pelo afastamento violento, ilegal e descabido do governador, que ficou apenas oito dias no cargo, após a sua posse.
O governo do DF ficou refém de muitos predadores de todas as cores partidárias. É latente que alguns setores do governo não vão bem. Os avanços de várias obras, estagnaram.
A saúde pública, que esteve bem melhor, durante a guerra contra a pandemia, atravessa agora um período de sacolejos em sua gestão, embora recebendo uma montanha de dinheiro para fazer diminuir a imensa fila de cidadãos a espera de cirurgias eletivas.
Os 100 dias da atual gestão da saúde pode ir para as cucuias.
O governador precisa voltar rapidamente ao seu posto para fazer desaparecer o clima de insegurança jurídica e incertezas politicas, que ronda o governo nos últimos 63 dias.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF