Em Valparaíso de Goiás, mulheres gestantes são obrigadas a se deslocarem, ao Distrito Federal se quiserem ter seus bebes, por meio do atendimento do SUS.
A ala materna do Hospital Municipal, cuja obra foi iniciada em novembro do ano passado, e que deveria ser concluída em maio desse ano, ganhou, no final de setembro, uma espécie de festa política como se fosse uma inauguração, mas não era.
O propósito do evento tinha o objetivo de turbinar a campanha da vice-prefeita Zeli Fritsche, eleita dez dias depois, como deputada estadual.
“Pábio enganou geral”, acusa a oposição ao prefeito.
Passadas as eleições, ninguém sabe quando de fato a ala maternidade do Hospital Municipal, localizado no bairro Céu Azul, vai funcionar.
O espaço de 285 metros quadrados, que custou quase meio milhão de reais do Governo Federal, seguirá vazio, mesmo após a conclusão da obra.
Não há dinheiro no orçamento para a compra de equipamento e contração de obstetras, pediatras e outros profissionais da área.
A peregrinação de mulheres gestantes, cuja gravidez é um momento que exige cuidados médicos especiais, tanto para a mãe quanto para o bebê, que está a caminho, continua a mesma de sempre. Todas são vítimas de um estelionato eleitoral.
Na Câmara de Vereadores não tem um que peça explicações sobre o caso.
O sistema público de Saúde do DF tornou-se o destino natural das mulheres grávidas de Valparaíso e de outras cidades do Entorno, pertencentes ao Goiás, governado por Ronaldo Caiado.
O Hospital Regional do Gama e o Hospital Regional de Santa Maria, juntos, atendem mais de 200 gestantes, a cada 30 dias, só da cidade do prefeito Pábio Mossoró.
Nos hospitais do DF, as parturientes recebem o acompanhamento pré-natal, vacinas, medicamentos, orientações sobre aleitamento materno e parto humanizado.
A promessa de melhorar a saúde em Valparaíso, já é um velho e manjado estelionato eleitoral praticado por aqueles que querem se manter no poder.
Em 2016, quando se elegeu, para o seu primeiro mandato, o prefeito Mossoró jurou de pés juntos, que construiria uma maternidade pública para que as próximas gerações, nascessem no solo valparaisense.
Não cumpriu. Na época, sem menor pudor, o prefeito justificou não haver verbas para isso.
Em 2020, Pábio se reelegeu com a mesma promessa.
No ano seguinte, mesmo com os recursos de quase meio milhão de reais, do Governo Federal, as obras seguem em passos lentos até hoje.
Como precisava eleger a vice-prefeita Zeli, nas eleições de outubro desse ano, o prefeito fez festa no local para garantir o voto.
A pegadinha deu certo: Zeli foi eleita e as mulheres grávidas continuam no caminho do DF em busca do atendimento.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF