Após ser abatida pelo fogo amigo bolsonarista, a ex-deputada federal e ex-ministra Flávia Arruda, é um dos nomes mais flertados por partidos políticos, que vão da direita à esquerda, que querem ela como filiada.
No entanto, tudo leva a crer que Flávia deve mesmo optar pelo Partido Progressista, sob as benção do presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira(PP-AL).
O forte assédio político partidário em torno de Flávia Arruda, se dá ao fato de ela ter conseguido luz própria, logo que foi eleita deputada federal, em 2018, apesar de carregar o sobrenome de José Roberto Arruda, ex-governador do DF e tido como um fenômeno nas urnas.
No parlamento pode se dizer que Flávia não passou pelo “baixo clero”, termo empregado à maioria esmagadora de deputados e deputadas federais que não fede e nem cheira, por não ocupar posições de destaque ou de influência na Câmara Alta do país.
Flávia Arruda foi diferente entre todos da bancada brasiliense da legislatura passada.
Assumiu cargos de destaques dentro da Câmara e participou de projetos relacionados à violência contra a mulher.
Teve o nome emplacado pelo chamado “Centrão” para a presidência da Comissão Mista de Orçamento.
Em seguida foi guindada ao cargo de ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República.
Mesmo que não tenha sido eleita para o Senado da República, em consequência da divisão dos votos bolsonaristas, provocado por Damares Alves (Republicanos), que contou com a ajuda turbinada pela forte influência de Michele Bolsonaro (PL), Flávia passou a valer ouro na disputa entre partidos, focados em 2026.
O MDB do governador Ibaneis Rocha quer Flávia filiada ao partido, enquanto o Republicanos, partido da Damares, trabalha, por outro lado, para visgá-la ao seus quadros, mesmo sabendo ser impossível em decorrência de feridas ainda não curadas.
O União Brasil de Manoel Arruda, e o PDT de Leila Barros, também fazem acenos para a dona dos mais de 400 mil votos, arrebatados das urnas de 2022.
No entanto, os maiores avanços tendem a se consolidar com o Partido Progressista, presidido no DF, pela vice-governadora Celina Leão, candidata a reeleição em 2026.
Como Flávia é uma líder política conhecida por sua habilidade e capacidade de manter a calma, com mandato ou sem mandato, certamente usará do seu pragmatismo para ter, em troca, o comando do PP na capital federal. Isso pode ocorrer? Pode sim.
Celina precisa de Flávia e Flávia precisa de um partido, simples assim.
Como tudo na Política funciona na base da troca, um pedido neste sentido pode se tornar uma realidade.
Esse seria o caminho mais fácil para Flávia voltar à Câmara dos Deputados, nas próximas eleições.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF