Após questionar o aumento da tarifa dos ônibus, que fazem linha entre as cidades goianas, ao DF, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado(União), não imaginava que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha(MDB), fosse desistir da gestão do transporte público que servem a região do Entorno.
O GDF decidiu entregar, de volta, a gestão do transporte semiurbano a Agência de Transportes Terrestres (ANTT) e ao governo de Goiás, nesta terça-feira(06).
A decisão tomada pelo GDF, com um gostinho de “se virem pra lá”, foi uma resposta a reclamação feita pelo cômodo governador goiano, Ronaldo Caiado, ao Supremo Tribunal Federal.
Ele entrou com uma ação exigindo a anulação do aumento da tarifa, decretada pela Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana do Distrito Federal.
O ministro do STF, André Mendonça, acolheu o pedido do governador de Goiás.
O aumento havia sido concedido, no último de domingo (4), para evitar paralisações no transporte semiurbano.
Sem aumento de tarifa, há 21 meses, apesar de já autorizado pela ANTT, as empresas alegavam dificuldade de continuar o serviço devido ao alto custo operacional.
Caiado deu uma de “bom mocinho”. Detonou a iniciativa do GDF, apesar de, historicamente, nenhum dos governantes, que já passaram pelo Palácio das Esmeraldas, centro administrativo do governo do Estado, em Goiânia, fizeram qualquer gesto para acabar com as mazelas que sofre a abandonada população do Entorno, região composta por 23 municípios goianos.
Além da situação caótica do transporte público, que transporta gente como gado, o governo de Goiás não dá a mínima para a deplorável situação, enfrentada pelos mais de 1 milhão de habitantes da região que precisam do atendimento da saúde pública.
No Entorno não há um hospital de Alta Complexidade para socorrer a população.
O hospital Hugo 9 de Águas Lindas, continua fechado há mais de 15 anos e a sua construção segue paralisada, apesar do investimento de R$15 milhões, feitos durante os governo de Marconi Perillo(PSDB) e R$10 milhões torrados pelo governo Caiado. Ninguém resolve o problema.
A população adoecida tem como única opção de atendimento nos hospitais de Brasília, enquanto o governador de Goiás, que é médico de profissão, lava as mãos como pilatos para o seu povo.
Voltando a questão do transporte semiurbano do Entorno, a situação pode ficar muito pior, já que as empresas que operam na região, ameaçam paralisar os serviços a qualquer momento, se não houver uma alternativa para mitigar os custos operacionais.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF