Nem a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (11), conseguiu reverter o declínio na avaliação de Lula, contrariando expectativas de que o veredicto fortalecesse o petista ao demonizar a oposição.
Basta comprar as pesquisas do antes e depois da condenação dos réus do 8 de janeiro, cujas penas variaram de 2 a 26 anos para outros oito envolvidos.
A pesquisa da CNT/MDA de junho de 2025 registrava aprovação pessoal de Lula em 41%, com desaprovação em 53%, enquanto a de setembro (3 a 6) mostrou queda para 44% de aprovação e 49,3% de desaprovação, uma estagnação que ignora o “efeito Bolsonaro”.
Já o Datafolha de agosto de 2025 apontava 31% de ótimo/bom para o governo, contra 38% de ruim/péssimo, mas o levantamento de 8 e 9 de setembro elevou ligeiramente para 33% de aprovação, aproximando-se da reprovação de 38%, sem o “pico” esperado pós-condenação de Bolsonaro.
Essa ausência de melhora revela o cansaço do eleitorado com polarização entre direita e esquerda, mas o INSS domina as narrativas negativas, com o foco maior no esquema criminoso contra os aposentados, segundo o Datafolha.
Uma pista que pode agravar ainda mais o péssimo desempenho de Lula na corrida presidencial de 2026 é a potencial expansão das investigações da CPMI e PF para envolver o filho do presidente, Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha), e o irmão Frei Chico. Os dois estariam envolvidos nas “caixinhas” ocultas, além de repasses a senadores e deputados aliados do presidente.
Como se ver, o caso da roubalheira no INSS deve ser explorado incessantemente pela oposição até a eleição, transformando sessões da CPMI em munição eleitoral para colar a imagem de Lula como protetor de esquemas bilionários que lesou milhares de velhinho aposentados pelo país afora.