A proposta de Joaquim Roriz Neto do “pão e leite” para os pobres, continua até hoje como mote de campanha e agora com mais intensidade quando se aproximam as eleições de 2026.
É comum alguém vê uma faixa com a propaganda de Roriz Neto, com a descrição “pão e leite da criança”, pendurada no rabo de um avião voando no final de semana pelo céu de Brasília.
O neto do ex-governador Joaquim Roriz tenta conservar a medida populista do avô, que governou o DF por quatro mandatos não consecutivos (1983-1987, 1991-1995, 1999-2006).
O Roriz velho, criou o Programa Pão e Leite em meados dos anos 1980.
Lançado durante seu primeiro mandato, o programa distribuía gratuitamente pão e leite pasteurizado para famílias de baixa renda, especialmente aquelas com crianças pequenas ou idosos, cadastradas via programas sociais locais.
Por sua vez, Roriz copiou José Sarney, que, ao assumir a Presidência da República em 1985, implementou o Programa Nacional do Leite (conhecido como “Programa do Leite”), marcando a era Sarney como uma das primeiras ações federais de transferência de renda via alimentos.
Esses programas surgiram no contexto da redemocratização brasileira, quando a pobreza extrema afetava 40% da população, e serviram como ferramentas políticas para líderes regionais e federais ganharem legitimidade.
Embora atualmente o contexto seja outro e totalmente diferente da era Sarney e Roriz, o distrital Joaquim Roriz Neto, adotou ainda como candidato, em 2022, o discurso da promessa de distribuir pão e leite aos pobres. Muita gente foi na onda.
No entanto, entre o discurso e a prática, tudo o que se sabe é que só agora, em abril deste ano, o Projeto de Lei nº 290/2023, de autoria de Roriz Neto, foi aprovado pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa. Anda a passos lentos tão quanto o autor.
Do início do mandato do parlamentar até agora, não há algum registro que Roriz Neto tenha feito a distribuição de pão come leite, nem mesmo por iniciativa própria.
Ou seja: comprar os alimentos com o dinheiro do próprio bolso e distribuir aos mais necessitados, como fazem as chamadas “correntes do bem” formadas por pessoas voluntárias que se dedicam a ajudar famílias vulneráveis do DF.
Pão com leite, só no céu de Brasília, por meio da aeropublicidade, a custo astronômico que poderia alimentar centenas de crianças.
Com a aproximação das eleições de 2026, cresce a aposta de que o velho discurso do “pão com leite” reapareça na campanha de Roriz Neto.
Uma retórica que revela mais fome de votos do neto de Roriz do que vontade de aplacar a fome real, sentida pelos vulneráveis do DF.