Um adolescente de 15 anos, com duas facas nas mãos, deixou professores e alunos do Centro Educacional (CED) do bairro São José, em São Sebastião, em pânico.
A escola não é cívico-militar. É de modelo tradicional. Três estudantes e uma professora foram feridos. A polícia foi chamada ao local. O incidente ocorreu ontem (04).
Ao contrário das escolas cívico-militares, as escolas de modelo tradicional registraram, no ano passado, mais de 800 ocorrências de furto, ameaças e agressões físicas contra alunos e professores.
Também houve muitas apreensões de armas brancas e de fogo no ambiente escolar. Os dados são da Polícia Civil do DF.
O caso registrado na manhã de ontem em São Sebastião, reacendeu o tema e a necessidade de medidas urgentes, conforme defende o deputado distrital Roosevelt Vilela (PL).
O parlamentar sugere fiscalização, acompanhamento psicológico e reforço da segurança como algumas das medidas necessárias para coibir a violência nas escolas públicas do DF.
Nesta entrevista concedida ao RadarDF, Roosevelt destaca uma proposta de sua autoria que cria o programa ‘Guardiões da Educação’.
Ele critica o governo de Lula por ter encerrado o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares e defende que o GDF amplie esse modelo, que tem 87,7% de aprovação entre pais e alunos, algo que não pode ser ignorado, segundo sua opinião.
Confira a entrevista:
Na sua visão, o que fazer para conter a escalada da violência e de outros crimes, como furtos e roubos, dentro do ambiente escolar do Distrito Federal?
“Fiscalização, acompanhamento psicológico e reforço da segurança escolar são algumas das medidas que precisam ser tomadas para coibir a violência. Como exemplo, o Projeto de Lei nº 656/2023, de minha autoria, que está tramitando aqui na Câmara Legislativa, cria o programa ‘Guardiões da Educação’ nas unidades de ensino públicas e privadas. Estabelece, entre outras medidas, a criação de um disque-denúncia para que, de forma simples e rápida, toda a sociedade possa denunciar casos de violência nas escolas. De forma ampla, o projeto ‘Guardiões da Educação’ tem o objetivo de promover aos alunos, servidores e colaboradores da rede de ensino do Distrito Federal, pública ou privada, um ambiente escolar seguro, saudável e livre de violência física ou psicológica, bem como prevenir e combater o uso ou venda de drogas, assédio e agressão no ambiente escolar.”
Qual a sua avaliação entre as escolas cívico-militares e as escolas tradicionais no atual contexto da violência nas escolas?
“As escolas cívico-militares vieram para transformar a gestão das escolas tradicionais. A disciplina e a hierarquia, princípios militares, quando aplicados no ambiente escolar, fazem toda a diferença no ensino e na aprendizagem entre alunos e professores. As estatísticas demonstram o sucesso desse modelo de gestão e o quanto o ambiente escolar se tornou um local mais seguro e melhor para nossos alunos.”
O governo Lula decidiu encerrar o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim). Mas no DF, elas continuam funcionando. Foi uma medida acertada?
“A medida do GDF foi totalmente acertada, enquanto a do Governo Federal foi extremamente imprudente, prejudicando a educação dos nossos estudantes. Lula encerrou um programa por puro revanchismo, porque o que interessa ao PT é a doutrinação ideológica. As escolas cívico-militares foram amplamente aprovadas por pais e responsáveis.”
Você defende a ampliação desse modelo?
“Claro. No DF, temos apenas 17 escolas do modelo cívico-militar em um universo de mais de 800 escolas públicas espalhadas nas 33 regiões administrativas. O Governo do Distrito Federal, indo na contramão do Governo Federal, manteve as escolas cívico-militares. Agora é preciso ampliar esse modelo de gestão em todas as regiões administrativas do DF para que possa atender a todos os alunos e manter a boa segurança, a paz e a tranquilidade nas escolas.”