A vitória em primeiro turno de Ibaneis Rocha(MDB), para governar o DF, pela segunda vez, marcou o fim da disputa de onze candidatos ao Buriti, em 2022, e começou um novo jogo, ainda silencioso, focado em 2026.
Embora cercado de muitas incertezas, diante dos resultados das urnas na eleição majoritária do ano passado, mesmo assim alguns ex-candidatos acreditam que podem cacifar seus nomes para a disputa eleitoral seguinte.
É o que pensa, por exemplo, o candidato derrotado do PV, Leandro Grass, cuja candidatura foi turbinada pela federação de três partidos: o dele, o PT e o PCdoB.
Saiu como o segundo colocado na corrida.
No entanto, o projeto de Grass, de voltar a disputar o Buriti com o mesmo apoio de 2022, pode não se concretizar já que a federação partidária, liderada pelo PT, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva, pode não ser renovada por mais quatro anos seguintes.
Além disso, o PT do Distrito Federal foi quem mais perdeu com a federação, por figurar como partido coadjuvante na cena da disputa política do DF.
Enquanto Grass foi aquinhoado com a direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com um orçamento garantido de R$ 236,1 milhões para 2023, as chamadas estrelas do PT brasiliense ficaram ofuscadas e sem nada.
A luta agora, é tentar buscar o mesmo brilho de antes, quando elegeu governadores próprios como Cristovam e Agnelo.
Na próxima eleição dificilmente a senadora Leila Barros, que disputou pelo PDT, e Izalci Lucas pelo PSDB, irão encarar novamente a mesma aventura de 2022.
Na eleição passada, ambos estavam no meio do mandato. Em 2026, segundo o raciocino político ambos não podem errar.
O próximo ano eleitoral haverá duas vagas a ser disputada no Senado. Além de Leila e Izalci, tem o governador Ibaneis Rocha que irá brigar por uma delas.
Qual vai ser o rumo de Izalci e Leila, só o cenário futuro dirá.
Em 2022, o empresário e ex-vice-governador Paulo Octávio(PSD) resolver atirar no próprio pé com a sua candidatura ao Buriti. O resultado das urnas não foi bom.
Tirou apenas 130 mil votos o que daria para elegê-lo se fosse candidato a federal. O jogo era levar a disputa para o segundo turno. Não deu. Ibaneis ganhou em primeiro.
A estratégia equivocada de PO serviu como um aviso de que a disputa política está cada vez mais distante dele.
Já apoiadores da senadora Damares Alves(Republicanos), que em 2026 vai estar no meio do mandato, começam a espalhar que a bolsonarista será candidata ao governo do Distrito Federal.
Dizem ainda que Damares não abrirá mão de seu projeto, nem mesmo para Michele Bolsonaro(PL), caso a ex-primeira-dama decida disputar o Buriti.
E saiba que Michelle foi a maior cabo eleitoral de Damares no DF, arruinando a promissora candidatura, ao Senado, da ex-deputada e ex-ministra Flávia Arruda.
Como na política tudo é possível é melhor esperar pra ver o que acontece.
Enquanto o movimento fica apenas nos bastidores, a única candidatura visível ao Buriti, em 2026, é da vice-governadora Celina Leão(PP) que concorrerá a reeleição.
A leoa ganhou experiencia na condução da máquina governamental por 65 dias em decorrência do afastamento do governador Ibaneis Rocha, decretado sem chance de defesa, por um ativismo judicial, impregnado na Suprema Corte.
No ano eleitoral a vice voltará a ser a governadora no cargo e candidata natural a um segundo mandato.
Se as eleições fossem hoje, Celina seria a primeira governadora eleita no DF.
O grupo politico, liderado por Ibaneis, vai fazer de tudo para isso acontecer.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF