Os bandidos roubam e os receptadores compra o material roubado, cujo mercado criminoso, que movimenta muita grana, continua intacto sem que haja uma atuação mais firme da Polícia Civil do DF para desarticular os criminosos.
Os cabos elétricos são frequentemente alvo dos ladrões e receptadores de furto devido ao seu valor no mercado de sucata.
Os prejuízos contabilizados nos últimos três anos já passam de R$8,3 milhões, segundo a Neoenergia/CEB.
De janeiro desse ano até a presente data, a Companhia Energética de Brasília já levou um criminosos.
Custo que certamente está sendo repassado, em doses hemopáticas, para o consumidor que além de pagar a conta alta, ainda fica no prejuízo com as interrupções de energia elétrica por longos períodos.
A prática do crime também atinge os serviços públicos essenciais à população, afetando hospitais, paralisando atendimento e cirurgias, colocando em risco a vida de pessoas e dificultando a mobilidade urbana.
É comum trafegar por longos trechos da DF-040, no Tororó, por exemplo, com a iluminação de vias públicas apagadas, em decorrência de furto de cabos elétricos, o que causa continuados acidentes com vítimas fatais.
Nem mesmo os nossos monumentos e cartões postais, como a Ponte JK, estão incólumes das ações dos bandidos.
Diante de tudo isso, podemos garantir que a ação da Secretaria de Segurança Pública, por meio da Polícia Civil, é quase nenhuma para por um fim na roubalheira, muitas vezes realizadas em plena luz do dia.
O serviço de inteligência parece não funcionar e não há medidas que visem, de forma mais efetiva, reduzir o furto de fios e cabos de cobre na capital federal.
É de se perguntar: o que falta para a PCDF e para o DF Legal, fiscalizar, investigar e rastrear os sucateiros/ferros-velhos, sobre as origens dos fios e cabos de cobre adquiridos?
A polícia tem algum levantamento sobre o número de sucateiros existentes no DF?
O que falta aos órgãos de fiscalização, para promover um rígido controle com informações pessoais dos compradores de cabos elétricos, endereço, quantidade negociada e a frequência que ocorrem as vendas?
Por que não se debruçam em torno das negociações de grandes volumes, exigindo a comprovação da origem do material em descarte, por meio de nota fiscal?
Por que não atacar no ponto certo da receptação, ao invés de apenas correr atrás dos pebas?
Dito isto, o crime só é perfeito quando não é investigado.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF