Os discursos raivosos proferidos por deputados de oposição contra o governo Ibaneis Rocha deixaram o presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz (MDB), do partido do governador, em uma saia justa no primeiro dia de sessão plenária após o fim do recesso parlamentar, ocorrido na tarde de ontem.
Wellington Luiz não teve saída a não ser a de repensar uma nova configuração, deixando o deputado Ricardo Vale (PT) fora da composição da próxima mesa-diretora para o biênio 25/26, que será eleita entre os dias 10 a 15 de dezembro.
O Partido Liberal, da base aliada do governo, foi o primeiro a se posicionar, ao indicar o nome do deputado Roosevelt Vilela para a vaga de vice-presidente da CLDF.
Atualmente o cargo é ocupado pelo deputado Ricardo Vale, que já havia sido garantido por Wellington Luiz, candidato à reeleição, para continuar compondo a próxima mesa-diretora da Casa.
Ontem, pela manhã, a deputada federal Bia Kicis, presidente do PL do DF, decidiu ir pra cima, após uma reunião com os três deputados distritais do partido, reivindicando a vaga em questão.
A decisão de Bia Kicis foi referendada por Waldemar da Costa Neto, presidente nacional do Partido Liberal.
O nome de Roosevelt Vilela, que já se encontra no terceiro mandato e é o atual primeiro secretário da mesa-diretora, foi anunciado para disputar o cargo de vice-presidente no final da noite de ontem.
O que parecia ser um fato consumado para o presidente da CLDF terminou produzindo um enorme desarranjo, não pela decisão do PL, mas por manifestações raivosas contra o governo, muitas delas de cunho pessoal contra o governador Ibaneis Rocha, como ocorreu nesta quinta-feira, primeiro dia de sessão plenária da Casa.
Críticas ácidas foram feitas por petistas contra Ibaneis e contra a saúde pública, mesmo reconhecendo que desde 2019 o sistema passou por um investimento de mais de R$ 48,4 bilhões para ampliar o acesso da população e melhorar a qualidade dos serviços.
Os recursos foram usados na construção e reforma de hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) e básicas de saúde (UBSs), aquisição de equipamentos e contratação de profissionais.
Recentemente, o governo enviou um pedido de autorização à CLDF para a contratação de quase 500 profissionais, grande parte de médicos e enfermeiros e entregou na semana passada 30 de um lote de 62 ambulâncias para serem utilizadas pelo Samu.
Foram investidos R$ 17.888.530 na compra dos veículos.
Os ataques proferidos pelo distrital Gabriel Magno (PT) à figura do governador dão o tom de uma política do ódio e desrespeitosa que deixa o presidente da CLDF, do mesmo partido de Ibaneis, em uma situação incômoda e embaraçoso.
Afinal, o nome de Ricardo Vale, seria o compromisso de Wellington de mantê-lo na próxima mesa-diretora, da qual pretende disputar a reeleição.
A decisão do PL na disputa pela vice transformou-se em uma pedra no meio do caminho da esquerda distrital, que pode perder o controle do importante e polpudo orçamento da Comunicação da Casa nestes dois próximos anos, que caminharão para a disputa eleitoral de 2026.
Segundo informações chegadas ao Radar, o governador Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão, candidata à sucessão, não irão se manifestar ou influenciar no processo de eleição da próxima mesa-diretora do Poder Legislativo, em que Wellington Luiz segue forte entre seus pares para continuar na presidência como reeleito.
Já o deputado Roosevelt Vilela, visto com bons olhos por Ibaneis e por Celina, deve começar, a partir de agora, a conversar com seus colegas deputados com um pedido de apoio em torno do seu nome como candidato à vice-presidência da CLDF. O PL entrou na briga, e o nome está lançado.