Está marcada para as 11 horas desta quinta-feira (16), o primeiro pronunciamento do governador Ibaneis Rocha(MDB), após 65 dias fora do cargo, cumprindo a decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal.
Ontem, Moraes acolheu o entendimento da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Polícia Federal, de que o governador brasiliense não teve nenhum envolvimento ou m esmoque foi omisso para conter os graves e violentos atos, ocorrido em 8 de janeiro, que atingiram as sedes do Três Poderes, na capital federal.
Claro que o governador, em sua fala de hoje, não deve ter um posicionamento crítico-radical sobre uma decisão monocrática que o tirou do cargo sem qualquer chance de defesa.
Deverá manter a mesma postura serena e respeitosa como sempre se comportou, seja como advogado ou como político, diante de decisões da justiça.
No entanto, saindo desse âmbito, todos têm consciência do tamanho do prejuízo político e administrativo, causado pelo seu afastamento, após oito dias de tomar posse como governador reeleito, em primeiro turno das eleições do ano passado.
Em uma análise mais apurada, 65 dias fora do comando, tornou-se uma eternidade para o Distrito Federal.
Um sentimento de insegurança jurídica tomou conta da cidade, sem saber, ao certo, sobre o retorno do governador, apesar de a decisão de Moraes ter estabelecido o prazo de 90 dias.
A dúvida vivida pelo DF, mesmo sendo um ente federativo, com autonomia política-administrativa assegurada pela Constituição Brasileira, estava no fato de Ibaneis sido vítima de um ativismo judicial, praticados por alguns juízes, que nos últimos tempos vem ganhando força no Brasil e que ultrapassa a linha divisória do seu papel constitucional.
Esse foi o principal análise feito pelo mundo jurídico de Brasília, como sustentou o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, ao ver na decisão monocrática uma “motivação política e abuso de poder”.
Menos mal para o DF, o retorno imediato de Ibaneis antes dos 90 dias, embora considerando 65 dias, uma eternidade.
O chefe do Executivo, a partir de hoje, tem um longo trabalho para recolocar muita coisa que ficou fora do trilho, no rumo certo.
A vice-governadora Celina Leão foi leal e lutou com todas suas forças, no âmbito político e administrativo, para tocar a máquina pública e impedindo a descontinuidade do governo. Isso é fato.
No entanto, o longo período sem Ibaneis, algumas “ilhas de poder” surgiram sem nenhum pudor.
Nada que não possa ser resolvido daqui por diante. O governador surge como fênix que só ele sabe ser, diante de obstáculos que cruzam o seu caminho.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF