A tática de dividir para conquistar, utilizada desde a Antiguidade, não causou o efeito esperado pelo Partido Verde do DF ao vazar propositalmente uma pesquisa encomendada pela legenda e divulgada pela revista Veja na semana passada.
De acordo com o levantamento, se as eleições fossem hoje, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) venceria com 18,2% dos votos, Celina teria 15,6% e Leandro Grass, 10,4%.
O que levaria um partido a torrar uma boa grana para a realização de uma pesquisa que não beneficiaria o inelegível Leandro Grass, candidato ao Buriti pela federação PT/PV/PCdoB em 2022, e nem outro nome ligado aos partidos de esquerda que atuam no Distrito Federal?
Sem dúvida, os dados coletados pelo desconhecido instituto “Duda Pesquisa” serviram para criar um certo êxtase político no gabinete da senadora e de seus apoiadores, que passaram a acreditar que a candidatura de Damares ao governo do DF, na próxima eleição, são favas contadas. Não são.
Damares e Michele devem gratidão à vice-governadora Celina Leão (PP), que ao lado delas correu o Brasil em 2022 para tentar reeleger Jair Messias Bolsonaro.
Além do mais, Celina foi a principal incentivadora da candidatura de Damares ao Senado em um momento em que não havia nenhuma definição por parte da ex-ministra e deputada federal Flavia Arruda (ex-PL) se queria ou não concorrer ao Senado na chapa majoritária liderada por Ibaneis Rocha. Damares terminou disputando de forma avulsa.
Tem outra: após as eleições municipais deste ano, o Partido Progressista de Celina e o Republicanos de Damares podem selar um casamento de quatro anos por meio de uma federação visando 2026.
Caso isso ocorra, caberá ao Republicanos indicar o nome para a vaga de vice na chapa de Celina.
Essa possibilidade é tão concreta que já faz os irmãos se digladiarem dentro do partido da igreja de olho na vaga.
A briga é travada entre os deputados Julio Cesar, Fred Linhares e Gilvan Máximo.
No entanto, Wanderley Tavares, presidente do Republicanos do DF, já disse que não abrirá mão da oportunidade de se aboletar no gabinete da vice-governadoria do Buriti.
Voltando à tática do PV de dividir para conquistar com a esquerda, foi um tiro que saiu pela culatra diante do atual cenário político do DF.
Celina é a única certeza até o momento de ser ela a candidata natural à reeleição, com desenvoltura de marchar unida com a direita e com o centro-direita.
Até o momento, o candidato da esquerda que enfrentará a Leoa ainda é invisível. O PT do DF prefere perder o Buriti em 2026 e ganhar com Lula do que continuar como partido coadjuvante nos moldes de 2022.