O partido Republicanos, que tem a senadora eleita Damares Alves(DF), o senador eleito Hamilton Morão(RG) e o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não terá nenhuma dificuldade de mudar de cor, antes mesmo do presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva (PT), subir a rampa do Palácio do Planalto no dia 1º de janeiro do próximo ano.
Uma hora após o resultados das eleições do último domingo(30), o novo governador paulista, anunciou que buscará “alinhamento” com o governo Lula.
O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, vai esperar a poeira baixar, e até a última quinzena de dezembro, deverá definir o rumo do partido.
No entanto, já se adiantou mandando o recado de adotar uma “postura independente e crítica” em relação ao novo governo. É a senha para dizer a Lula: “olha, estamos aqui”.
A moeda de troca são os seus 41 deputados, sendo 17 eleitos e 24 reeleitos, o que tornou o partido da Igreja Universal na 6ª maior bancada da Câmara Federal. Antes das eleições, desse ano, ela era a 8ª.
A tática do Republicanos é a de esticar a corda até onde for racionalmente possível. Depois afrouxa e corre para o abraço.
Não será nenhuma novidade se o Republicanos se tornar base do governo petista como foi no passado, ao reinar ao lado da “companheirada” por mais de uma década.
O partido mandou em três ministérios durante os governos Lula e Dilma.
Só rompeu, por conveniência, diante da situação insustentável e certa da derrubada do governo Dilma.
O Republicanos pulou do barco no mesmo dia em que o então ex-presidente Lula, investigado da Operação Lava Jato, foi anunciado ministro-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff.
A legenda evangélica logo se bandeou para o governo Temer(MDB) que ficou no lugar de Dilma.
Marcos Pereira, presidente do Republicanos, se tornou ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Em 2018, o Republicanos se aproximou do bolsonarismo em nome da “pátria e da família”. Controlou centenas de cargos e apoiou a reeleição de Bolsonaro até o último momento, por ainda acreditar que o capitão venceria a disputa polarizada.
Agora a história é outra. Lula venceu, e Bolsonaro foi derrotado. A postura do Republicanos é de passar a régua, como sempre faz ao pular de galhos.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF