Ficou evidente na tarde de ontem (18), a torcida dos deputados de oposição ao GDF, na Câmara Legislativa, para que o presidente Lula (PT) rejeite a proposta do governador Ibaneis Rocha (MDB), que trata do reajuste salarial para as forças de segurança do DF.
A medida foi assinada na última segunda-feira (16), durante um evento com forte presença das forças de segurança, e agora está sob análise no Palácio do Planalto.
Agora, caberá ao governo federal enviar a proposta para o Congresso Nacional, antes de ser aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, a oposição na CLDF, composta principalmente por deputados do PT e do PSOL, demonstrou forte resistência ao pleito, demonstrando um viés político que ultrapassa a discussão técnica sobre os recursos do Fundo Constitucional.
Os discursos raivosos desses deputados sugerem uma torcida contrária à aprovação do reajuste, numa tentativa de criar um conflito ideológico entre o Planalto e o governo do DF.
É importante salientar que, ao longo da história, nunca um presidente da República deixou de atender a solicitações de governadores do Distrito Federal referentes a esse Fundo, criado em 2002 para manter as forças de segurança, além de apoiar as áreas de saúde e educação no DF.
Ademais, por ser um recurso constitucional, sua utilização não pode ser impedida por razões ideológicas ou por divergências partidárias, independentemente do governo federal em vigor.
A tentativa de politizar a demanda que visa melhores salários dos policiais e bombeiros do DF pode prejudicar os servidores das forças de segurança, cujos vencimentos estão defasados.
Prejudica ainda a própria população brasiliense, que depende desses profissionais para sua proteção.
Fica claro o desserviço prestado por aqueles que deveriam defender os interesses da população que os elegeu.
A defesa dos recursos do Fundo Constitucional, que vez por hora é ameaçado de morte, deveria ser algo imperativo, inegociável, intocável e livre do ranço ideológico entre três senadores, os oito deputados federais e os 24 distritais, eleitos para representar o povo brasiliense.
Diante desse cenário, resta a expectativa sobre a posição do presidente Lula quanto ao reajuste.
Se o histórico se repetir, a proposta deve ser aprovada, mesmo que seja a contragosto, mantendo a tradição de respeito à autonomia do Distrito Federal em relação ao Fundo Constitucional.
A guerra ideológica irresponsável desses distritais não ajuda em nada: nem as forças de segurança que se encontram com seus salários defasados, nem a sociedade brasiliense que precisa continuar sendo protegida contra o crime, e, muito menos, o presidente da República.
O presidente terá que ter muita calma nessa hora. Não é dando ouvidos para a “política da terra arrasada ou do quanto pior melhor”, que Lula da Silva irá melhorar a péssimo desempenho do seu governo que, segundo as últimas pesquisas, se degasta em todo o país.