Um colunista do Metrópoles publicou, sem citar nomes, que emedebistas influentes do partido estariam articulando a expulsão do governador do DF, Ibaneis Rocha.
A coluna do Metrópoles já insistiu por duas vezes, batendo na mesma tecla, na tentativa de ligar o nome do governador aos eventos violentos, registrados no oito de janeiro, contra as sedes dos Poderes da República.
Apontou que o mau trânsito do governador do Distrito Federal com a cúpula da legenda, além de não ter apoiado a candidatura de Simone Tebet, para a presidência da República, estaria também contribuindo para essa possibilidade de expulsão partidária.
A estúpida forçação de barra, do portal brasiliense, exala a uma barrigada no jornalismo ao divulgar uma informação equivocada para o seu público.
Se refere a um suposto consenso no partido que estaria em compasso de espera, por investigações que aponte alguma responsabilidade de Ibaneis, nos atos terroristas de Brasília.
Apesar do que sustenta insistentemente o Metrópoles, a direção nacional do MDB nunca se manifestou sobre a existência de algum processo de expulsão, movido contra o governador Ibaneis.
Quanto apoiar Simone Tebet ou não, a coluna política do Metrópoles se esqueceu de informar que a senadora, hoje, ministra de Lula, não teve sequer o apoio do MDB no seu próprio estado, o Mato Grosso do Sul.
Também não teve apoio da maioria dos diretórios estaduais, a exemplo do Pará, comandado pelos Barbalhos, em Alagoas pelos Calheiros e no Maranhão pelos Sarneys.
Falar em expulsão de Ibaneis Rocha, do MDB, é uma falácia que o Metrópoles tenta passar como se fosse uma verdade.
Seria melhor informar a opinião pública de que, expulsar filiados por descaminhos, nunca foi uma prática do MDB, mesmo contra aqueles que chegaram a entrar em cana, por roubalheiras, a exemplo do ex-deputado e ex-ministro Gedel Vieira Lima, do ex-presidente da Câmara federal, Eduardo Cunha e do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, só para citar.
Este último, condenado há mais de 400 anos de prisão, já se encontra livre, leve e solto em seu luxuoso AP de Copacabana.
Se voltarmos a fita para fevereiro do ano passado, nos deparamos com o arquivamento de um processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que envolvia os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA), em um suposto crime de propinas nas obras da hidrelétrica de Belo Monte.
O entendimento da Suprema Corte, para encerrar o processo, contra os dois emedebistas, foi de que a denúncia, em cima das investigação, aberta em 2016, produzida pela delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (PT), era frágil e inconsistente.
Talvez, por se lembrar disso, o senador Renan Calheiros, que antes chegou a defender a expulsão imediata de Ibaneis, sem direito de defesa, retrocedeu.
O cacique emedebista alogoano, resolveu ser mais cauteloso diante do que já passou, quando foi acusado de roubar o dinheiro público.
Quem sou eu para prejulgar?”, disse Calheiros ao colunista do Metrópoles.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF