O advogado Cezar Bitencourt, que defende o ex- ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro já sinalizou tanto para a CPMI do Congresso Nacional, quanto para a CPI da Câmara Legislativa do DF, que o seu cliente será sempre um túmulo.
“Podem convocar, reconvocar, mas meu cliente ficará em silêncio”, sustenta, o advogado.
Como um mordomo, que sabe tudo do rei, Cid não vai falar absolutamente nada para a insatisfação da relatora da CPMI, senadora Liziane Gama (PSB-MA).
A CPMI foi criada para investigar os supostos envolvidos nos atos ante-democráticos de 8 de janeiro.
A reconvocação de Mauro Cid foi aprovada na última quinta-feira (24) a pedido da senadora maranhense. No entanto, já é previsível que a reapresentação de Cid será o mais do mesmo.
Na primeira convocação da CPMI do Congresso Nacional, o tenente-coronel aproveitou os holofotes e transmissões ao vivo pela TV, para falar da sua magnífica trajetória no Exército Brasileiro.
Após a apresentação curricular, o tenente-coronel se recolheu ante aos parlamentares com a frase repetitiva: “seguindo a orientação da minha defesa, prefiro ficar em silêncio”.
Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF), e da Procuradoria Geral da República (PGR), o advogado trabalha diuturnamente pelo acolhimento de um pedido de delação premiada de seu cliente com a proposta de que ele falará tudo.
A estratégia visa diminuir a sua pena, caso solte a língua, principalmente sobre algo que possa encalacrar ainda mais o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Muitos dos capas-pretas torcem por isso. O povo da esquerda, também.
O ex- juiz Sérgio Moro, hoje senador da República, ao lado do ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, usaram e abusaram das delações premiadas para pegar e colocar Lula na cadeia. Conseguiram.
O mesmo modus operandi de antes, prossegue no mesmo estilo lavajatista. Só mudaram os atores.
Se Lula passou 580 dias na cadeia da “República de Curitiba”, Jair Bolsonaro pode experimentar o mesmo na Papuda da “República de Brasília”, já que o jogo mudou. Os técnicos à beira do campo, atualmente são outros.
O advogado Cezar Bitencourt tem repetido a Mauro Cid que ele é a ponta mais puída da corda que certamente quebrará no seu lombo. Aconselha ainda que não assuma o pepino sozinho e que a conta tem que ser dividida.
A carreira de oficial do Exército de Mauro Cid, por si só, já está arruinada, ele pode ser expulso da elite militar e ainda amargar anos de cadeia.
Desde cadete, ele sonhava ingressar no generalato e ganhar as quatro estrelas que ombreou o seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena Cid.
Agora o sonho do tenente-coronel é de pelos menos atenuar a sua pena, caso seja condenado.
Se essa for a estratégia do advocado, o ex-mordomo militar do Palácio do Planalto, se apresentará aos parlamentares inquisidores, mas vai continuar de boca fechada.
Qualquer advogado que negocia premiação premiada sabe que tudo que se fala no âmbito político não contribui em nada no âmbito jurídico.
Cid irá usar o que sabe ao seu favor e não a favor do circo político que se transformaram as Comissões Parlamentares de Inquérito.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF