As eleições de 2026 continuam muito longe para o calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ora se concentra nas eleições municipais deste ano em todo o país.
No entanto, o presidente Lula já deu o tom de que precisa fazer de tudo para tentar desgastar a imensa força política que o governador Ibaneis Rocha (MDB) tem, um fenômeno de votos que venceu em 2018, setores velhacos da esquerda no DF.
Em 2022, o emedebista repetiu a dose ao encerrar a campanha, logo no primeiro turno, reelegendo-se ao cargo, um feito jamais registrado na história política da capital federal.
Desde quando conseguiu se eleger para o terceiro mandato, vencendo Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, Lula se concentrou, ainda no período da transição, focado em quebrar a hegemonia de Ibaneis, acusando-o de ser um bolsonarista, mesmo o governador tendo feito uma campanha independente, sem amarras com os nomes que disputavam a corrida pelo Palácio do Planalto.
Por causa dessa posição tomada na época por Ibaneis, o ex-presidente Bolsonaro chegou a conspirar contra a reeleição do governador do DF, ao insinuar apoio público ao ex-governador José Roberto Arruda (PL), mesmo sabendo que o nome, apesar de competitivo, poderia esbarrar em impedimento judicial, como acabou ocorrendo.
Não satisfeito, o “mito”, por trás da mulher Michelle Bolsonaro, estimulou a candidatura da ex-ministra Damares Alves ao Senado com o único propósito de dificultar que Ibaneis conseguisse eleger sua candidata preferencial para a Câmara Alta do país, a ex-deputada federal Flávia Arruda.
Nessa queda de braço, Michele e Bolsonaro levaram a melhor. Damares foi eleita.
Apesar de alguns salamaleques feitos pelo atual presidente da República ao governador do DF, o certo é que Lula nunca engoliu a popularidade de Ibaneis junto aos mais de três milhões de brasilienses.
Como a maior vitrine da política brasileira, Brasília sempre foi incômodo para qualquer presidente quando não tem no governo local um governador do mesmo partido de quem governa a União.
Após um ano de governo, a popularidade do presidente da República continua em baixa, conforme dados aferidos por vários institutos de pesquisa realizados no decorrer do ano passado.
Se no primeiro mandato (2018/2022) o emedebista foi escanteado pelo governo bolsonarista que nada fez pelo povo do DF, agora, no seu segundo mandato, é perseguido pelo lulismo, que está mais interessado em tentar desenterrar o cadáver petista no Distrito Federal, acreditando voltar ao Poder local, em 2026.
Já investido no cargo de presidente da República, Lula chegou a impor uma violenta intervenção ao DF, um ato danoso a um ente federativo autônomo.
Não satisfeito, articulou pelo afastamento do governador do cargo por meio da canetada de Alexandre de Moraes do STF. Comemoraram o feito igual pinto no lixo.
Não foi à toa a irresponsável e mentirosa declaração de Lula ao culpar, sem nenhuma prova, o governador pelos atos violentos do 8 de janeiro.
Amanhã, durante a sessão solene do Senado, para marcar os tristes episódios que terminou em invasão da sede dos Poderes da República, a horda petista deverá usar a mesma cantilena raivosa do chefe.
Como sempre, Ibaneis não responderá a ataques vis, partam de onde partir. Não fez isso com Bolsonaro e não responderá à Lula. Vida que segue.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF