A reação da classe política do Distrito Federal, que, além do governador Ibaneis Rocha(MDB), reúne ex-governadores, senadores, deputados aliados e de oposição, das mais diversas correntes ideológicas, avança em várias frentes para tentar abortar a emenda 14, do projeto de criação do novo regime fiscal, provado na Câmara dos Deputados, e que começa a tramitar no Senado.
Ontem (06), a classe política do DF se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a percepção sentida é de que seja possível o plenário da Casa optar pela retirada do artigo que atinge o Fundo Constitucional.
Pacheco prometeu debater o assunto com o senador Omar Aziz, relator do arcabouço fiscal, bem como os líderes partidários.
A reação contra as mudanças que arrebenta com a receita do DF, que serve para financiar a Segurança Pública, a Saúde e a Educação, tomou força e chegou ao conhecimento do presidente Luís Inácio Lula da Silva, após o discurso feito pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa(PT).
Costa afirmou no interior da Bahia que o povo do Distrito Federal vive em uma “ilha de fantasia e que Brasília que faz muito mal ao Brasil”.
A fala do ministro criou mal-estar no Palácio do Planalto e dentro do próprio PT.
Lula aconselhou o ministro a se retratar com o povo do DF, mas coube ao senador Jaques Wagner (PT-BA), padrinho político de Rui Costa, ser o porta-voz do ex-governador da Bahia.
“O ministro da Casa Civil, Rui Costa, admitiu que sua fala sobre Brasília “não foi correta” e que soou como ofensa à capital federal”, disse Wagner.
O entendimento de toda a classe política do DF, é de que o ministro Rui Costa foi o principal mentor do artigo 14, embutido na calada da noite ao texto do arcabouço fiscal.
O sentimento vingativo de Costa contra o DF, continua ligado ao passado com resultado da eleição de 2022, quando 51,65% dos eleitores votaram em Bolsonaro e 36,85% optaram por Lula.
Para os próprios integrantes da bancada petista, que atua na Câmara federal e na Câmara Legislativa, não é agindo dessa forma que se pode virar o jogo.
Ou seja, não é punindo a população do DF que o Partido dos Trabalhadores conquistará o povo.
Também é voz corrente que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi o avalista da ideia infeliz de Rui Costa.
Ainda não se sabe como a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, do mesmo partido de Lira, está lidando com a situação.
De acordo com informações, Celina tem agenda com Arthur Lira para tratar da questão.
Mesmo que o Sendo retire o artigo e a Câmara resolva manter o texto, da forma como foi aprovado anteriormente, a bomba caiará no colo do presidente da República. Ou veta, ou mata o Distrito Federal de crônica inanição.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF