Mesmo que não apareça um parlamentar do DF, seja distrital, federal ou senador, que se manifeste publicamente sobre a traiçoeira e maléfica ação do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (AL) e do deputado Cláudio Cajado (BA), contra os interesses do Distrito Federal, os segmentos representativos da população do Distrito Federal devem se posicionar de forma clara e contundente, rejeitando e repudiando tais indivíduos pelos danos causados ao DF.
Os dois políticos do Progressista, partido liderado localmente pela vice-governadora Celina Leão, causaram um prejuízo terrível com a mudança na liberação dos recursos do Fundo Constitucional que, a partir de 2024, irá provocar uma drástica redução de investimentos na área da Segurança Pública, Saúde e Educação.
De acordo com os cálculos revelados pelo governo local, o DF irá perder cerca de R$87 bilhões nos próximos dez anos.
O que motivou os dois parlamentares do PP tramar contra o DF, ninguém sabe.
No entanto, sabe-se que agiram na moita a pedido de alguém e com ganhos, já que não existe almoço de graça.
A pequena bancada representativa no DF votou contra o jabuti enfiado por Lira e Cajado no bojo do projeto do novo marco fiscal, aprovado ontem pela Câmara dos Deputados.
Nem adiantou o esperneado de última hora dos deputados e deputadas que antes haviam avalizado com seus votos, o caráter de urgência do projeto, sem que ele passasse pelo crivo do debate nas comissões temáticas do legislativo federal.
O deputado Alberto Fraga do PL pediu a retirada do destaque feita por Cajado, mas o esforço foi em vão.
Daqui por diante a situação fica complicada, por exemplo, para os milhares de servidores da Segurança Pública, Educação e da Saúde que dependem dos recurso do FCDF e que lutam por melhorias salariais.
Os professores que estavam em greve há 22 dias, encerram o movimento nesta quinta(25).
Se não conseguiram 100% do que queriam, em cima da pauta da reestruturação da carreira, correção da remuneração e incorporação de gratificação aos salários dos servidores, agora ficará bem mais complicado brigar por melhorias a partir dos próximos anos.
E não adianta fazer greve na porta de Lira ou de Cajado, ou mesmo enfrente ao Palácio do Planalto. Eles não estarão nem aí para grevistas do DF.
Os recursos do FCDF são o socorro das respectivas categorias.
A redução dos recursos causará um efeito dominó em toda a cadeia financeira do Governo do Distrito Federal.
É o funcionalismo que faz girar a economia da cidade administrativa sem indústrias e que vive basicamente dos impostos cobrados dos seus mais de 3 milhões de cidadãos.
Somado a isso, o DF conta com o dinheiro do FCDF, cuja contrapartida é a de abrigar e dar segurança a quase 600 deputados e senadores, além de Embaixadas e Corpos Diplomáticos.
Confiscar parte do que está inserido na Constituição de 1988, e regulamentado em 2002, foi um dos maiores golpes praticado por apenas dois homens: Arthur Lira e Cláudio Cajado.
Nosso país tem enfrentado diversos desafios políticos ao longo de sua história, e em alguns momentos, certos políticos se destacam por suas ações que causam danos à nação e ao povo. Esses dois caras são uns deles.
Por tanto se faz necessário que a sociedade se posicione de forma clara e contundente, rejeitando e repudiando tais indivíduos.
A Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) se posicionou por meio de nota de repúdio ao substitutivo de Cajado ao Projeto de Lei Complementar nº 93/2023, do novo arcabouço fiscal.
A classe empresarial do Distrito Federal, também.
No contexto político, a expressão “persona non grata” é usada para se referir a uma pessoa que não é bem-vinda ou indesejada em um determinado ambiente ou local.
No caso de um político que tenha causado mal ao povo do nosso quadrado, uma declaração de persona non grata pode ser vista como uma forma de responsabilização e de expressão do descontentamento e repúdio por parte da sociedade.
É uma maneira de marcar a história, deixando claro que determinadas ações ou políticas não serão toleradas.
É importante ressaltar que a declaração de persona non grata não é um ato de vingança ou de ódio, mas sim uma resposta cívica e democrática aos atos prejudiciais dos dois políticos no caso. Fora Arthur Lira, fora Claudio Cajado!
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF