Faltando apenas 12 dias para as eleições do dia 2 de outubro, o sindicalista e deputado distrital Jorge Vianna (PSD), faz live pedindo aos enfermeiros, que atuam na rede pública e privada de saúde do DF, a paralisar suas atividades nesta quarta-feira(21).
O mote do chamamento grevista, feito pelo distrital candidato, é para protestar contra uma decisão do STF, que vetou o piso nacional da categoria, aprovado pelo Congresso Nacional, sem apontar a fonte de recursos para pagamento.
A lei foi suspensa pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que deu um prazo de 60 dias para que Estados, Municípios e o governo federal informem os impactos que o texto traz para a situação financeira de cidades e estados.
O novo piso foi estabelecido em R$ 4.750 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos e 50% para auxiliares e parteiras.
O que Jorge Vianna não disse e faz questão de esconder é que a rede pública do DF, já paga aos seus enfermeiros e técnico de enfermagem um piso salarial muito acima do que foi estabelecido pelo Congresso Nacional.
Se um profissional técnico optar por trabalhar 40 horas semanais, por exemplo, ele deverá receber R$ 4.433,33.
No DF, a Secretaria de Saúde paga a essa categoria, no momento que ingressa, R$ 4.511,08 por 20 horas trabalhada ou R$ 9.022,16 por 40 horas trabalhada.
Não há o que se falar em movimento paredista que visa tão somente prejudicar a população adoecida que recorre aos hospitais públicos em busca do atendimento.
O deputado Vianna, que goza de um bom plano de saúde, certamente, não estar nem aí para o povo que tem como única salvação o SUS.
Estimular um movimento sem causa, com viés puramente eleitoreiro, apenas para buscar o voto, em meio a sua categoria, é desumano por penalizar a saúde da população.
Ontem, o magistrado Alexandre Nery de Oliveira do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT) decretou a greve ilegal.
Ele entendeu que a divergência é meramente política e que o movimento não tem amparo pela legislação que autorize a sua decretação.
Na decisão demandada pelo TRT, os enfermeiros ou técnicos de enfermagem que se ausentar do trabalho, alegando greve, poderá ter o ponto cortado.
Já a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, fez um dramático apelo para que as entidades representativas de técnicos em enfermagem e enfermeiros garanta ao menos 30% das categorias durante a paralisação programada para hoje.
O apelo dirigido ao Sindate, sindicato de Jorge Vianna, foi voltado, especialmente, para que a paralisação não afete a manutenção dos serviços em UBSs e unidade de emergência.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF