O senador Izalci Lucas do PSDB do Distrito Federal faz uma avaliação das pautas mais contundentes que passaram pelo Congresso Nacional neste ano de 2023.
Afirma que o seu partido não pode cometer o mesmo erro de 2022, quando deixou de concorrer com uma candidatura própria à presidência da República.
Nesta entrevista exclusiva dada na manhã desta sexta-feira (8) ao Radar DF, o senador tucano diz não descartar um projeto majoritário encabeçado pelo PSDB no DF, caso prospere uma federação partidária que se encontra em curso com outros partidos.
No entanto, não deixou claro se seria candidato ao Buriti. Eis a entrevista:
O PSDB definhou bastante nos legislativos após as eleições de 2022. O Partido pode desaparecer em 2026?
Izalci: Vai depender muito dessa polarização. Se as eleições continuarem dessa forma, lógico que o resultado não será promissor. Penso que a saída do partido é recomeçar como fez o Partido dos Trabalhadores em 2022, quando todos pensavam que tinha morrido, resolveu formar uma federação a qual terminou elegendo Lula para um terceiro mandado. Sem ela, dificilmente Lula teria se elegido.
Então a saída para o PSDB continuar vivo na próxima eleição é se federalizar?
Izalci: A saída é construir uma federação mais forte. Em 2022 o nosso partido se federalizou com o Cidadania e ambos escaparam da cláusula de barreira. A tendência agora é buscar mais partidos numa federação partidária ou até mesmo uma fusão de siglas de centro-direita para 2026. Nesse sentido, já ha uma conversa bastante avançada com o Podemos.
Quais os nomes de peso no partido que podem influir nas eleições de 2026 e fazer voltar o PSDB de antes?
Izalci: Temos quadros tradicionais que contribuirão pela oxigenação do partido, a exemplo de Aécio Neves, provável candidato ao governo de Minas Gerais, no Paraná temos Roberto Richter, em Goiás com Marconi Perillo e pode ser que o meu nome seja colocado, caso seja a vontade do partido.
Que pauta mais contundente, com passagem pelo Congresso, o senhor elegeria?
Izalci: Como representante do DF, o tema mais importante por impor um risco iminente foi a questão do Fundo Constitucional do Distrito Federal, bem como a isenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica que nós conseguímos retirar do texto do arcabouço fiscal. Além disso, travamos uma importante batalha ao consolidar o Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia que tem mais de R$ 10 bilhões.
Sobre o episódio do 8 de janeiro e a CPI. Qual é a sua avaliação?
Izalci: O episódio do 8 de janeiro foi um fato lamentável, principalmente para o DF. Participei da CPI mostrando que o governo federal poderia evitar tudo aquilo que aconteceu. A corda quebrou apenas para os nossos policiais militares que hoje são perseguidos pelo governo federal. No meu relatório, apresentado em separado, a gente prova com documentos robustos que o governo federal poderia ter evitado o que aconteceu.
O senhor acha que não evitou por quê?
Izalci:Não evitou por que não quis evitar. Preferiu a terra arrasada. Mostramos claramente o comprometimento do G Dias, então chefe do GSI de Lula. Fiquei indignado com a CPI da Câmara Distrital que não teve a decência de indiciá-lo como indiciou alguns membros da Polícia Militar do DF.
Sobre o resultado do relatório oficial da CPMI do Congresso. Como o senhor avalia?
Izalci: O relatório da CPMI do Congresso foi parcial como já era esperado. O governo deu a tarefa a sua base para que caracterizasse a baderna do 8 de janeiro como um golpe. Todos sabem que ninguém dá golpe de Estado sem armas e sem líderes. O DF terminou pagando um preço caro.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF