Dois de outubro de 2022, foi lacrado como o novo marco da história política de Brasília, após a vitória de Ibaneis Rocha(MDB), reeleito em primeiro turno, saindo das urnas com 50,30% dos votos válidos do povo brasiliense.
A reeleição de Ibaneis é emblemática para a vida da cidade, por varrer da política brasiliense, a “velhacaria política” acostumada na aba do Poder, por mais de 30 anos, e que só agora sucumbe diante dos resultados das urnas.
O advogado desconhecido, que surpreendeu em 2018, ao derrotar o então governador Rodrigo Rollemberg(PSB), no segundo turno da eleição, chega em 2022, com a mesma força, enterrando de vez a vida política do socialista e de outros caciques.
Rollemberg, que já foi tudo no DF, chega a um fim melancólico, sem ter conseguido se eleger deputado federal como muita gente imaginava, inclusive ele próprio.
O ex-governador Paulo Octávio(PSD), é outro que ficará no ostracismo da política brasiliense, diante dos resultados das urnas. Tornou-se moeda sem valor pelos seus 123.715 votos.
Caso PO fosse candidato a deputado federal, e não o governador, ainda assim não conseguiria se eleger.
Talvez nem ficará no comando do PSD, de Gilberto Kassab, já que a fila anda, diante de fracassos. Pela nova configuração partidárias, dirigentes que não conseguem eleger deputados federais, “dança”.
Paulo Octávio não conseguiu eleger sequer o filho André Kubitschek, mesmo tendo o PSD recebido do fundo partidário, R$8 milhões de reais para fazer campanha de seus candidatos.
A eleição de 2022 que reelegeu Ibaneis Rocha, feito conseguido há exatos 20 anos pelo ex-governador Joaquim Roriz, também do MDB, serviu para encerrar o carreirismo político de muitos figurões como José Roberto Arruda, Cristovam Buarque, Agnelo Queiroz, Maria de Lourdes Abadia, Eliana Pedrosa e José Antonio Reguffe.
Alguns deles até chegaram a passar pelo crivo da Corte Eleitoral, mas deverão sumir do mapa político por não passarem pelo crivo das urnas.
Embora não tenha disputado a eleição para o Buriti, o resultado do pleito eleitoral desse domingo, que reelegeu Ibaneis, serviu como um presságio ruim para o senador Reguffe de que nunca mais será o mesmo campeão de votos como antes.
Como cabo eleitoral, que botou a cara na TV, para pedir votos à milionária candidata a deputada federal Samantha Meyer (PP) e para o empresário Joe Valle (PDT), candidato ao Senado, Reguffe não foi atendido pelo povo.
Samantha teve 6.262 votos e Joe Valle apenas 3,1% dos votos. Quem investiu na sua consultoria se deu mal.
Qualquer um que faz uma avaliação do que disseram as urnas e que definiram Ibaneis como o grande vencedor da corrida, pode também chegar a conclusão que o panorama político do DF mudou radicalmente a partir dessa eleição.
Se não houver nenhum acidente de percusso, Ibaneis pode chegar na próxima eleição de 2026 apto a sentar em uma das duas cadeiras de senador da República, como fazem todos os ex-governadores, bem sucedidos no mandato.
Nessa fase, a vice-governadora Celina Leão(PP), estará igualmente habilitada para lutar pela sua reeleição no cargo de governadora.
Na disputa pela mesma cadeira do Buriti podem entrar na corrida o eleito deputado federal Rafael Prudente, além de Keka Bagno(PSOL), Leila do Vôlei (PDT), Leandro Grass(PV) e Flávia Arruda(PL).
Além desses jovens políticos, conhecidos do eleitorado brasiliense, deverão entrar na mesma briga alguns outros não testados pelas urnas.
Em 2026, que está bem ali, como dizem os políticos profissionais, logo que termina uma batalha eleitoral, será bem diferente das eleições majoritárias e proporcionais, encerradas ontem no DF.
Tudo isso, por graça e obra de um grande construtor político chamado Ibaneis Rocha.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF