No mais recente episódio da política brasileira, que mais parece um roteiro de novela, 20 personagens, em sua maioria militares de alta patente, além de incluir Bolsonaro, protagonizaram o espetáculo ocorrido nesta quinta-feira magra do carnaval com o “Bloco dos Investigados”.
O roteiro da cena se desenrola sob os holofotes da Polícia Federal, que, num movimento digno de um thriller policial, deflagrou a operação “Tempus Veritatis”, ou para os menos versados no latim, “Hora da Verdade”.
A ação, que parece tirada de um capítulo de “Game of Thrones” nova serie da Netiflix, com menos dragões e mais documentos comprometedores, mira a suposta orquestração de um Golpe de Estado que fracassou no dia 8 de janeiro.
A ironia do destino quis que a operação fosse desencadeada justamente um mês após o “Dia D”, numa tacada que faria qualquer roteirista de Hollywood roer de inveja.
Entre os “premiados” pela operação da PF está o presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto.
O desfecho da cena finaliza com o político preso, com direito a um flagrante por porte ilegal de arma e uma barra de ouro de origem duvidosa em sua casa.
Claro: nenhum drama é completo sem um tesouro escondido.
Valdemar que passou a noite em branco, agora aguarda por sua audiência de custódia, que mais parece um episódio de “O Juiz Decide”.
A saga promete revelar se ele continuará curtindo as regalias da carceragem da PF em Brasília ou se terá a chance de respirar o ar poluído de alegria deste carnaval.
Mas a trama se engrossa quando entramos no capítulo dedicado a Jair Bolsonaro.
O ex-presidente da República, agora vê o mundo se fechar à sua volta com a proibição de sair do país. Sua casa, palco de tantas decisões, foi cenário de buscas e apressão da PF.
O “Mito” não vai poder caminhar como havia planejado, ao lado de Donald Trump que tenta voltar à presidência dos Estados Unidos.
Tudo isso por causa de uma reviravolta digna dos melhores dramas policiais, autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que neste enredo, assume o papel de “mestre dos magos”.
Neste cenário digno de um carnaval de mistérios e investigações, a operação “Tempus Veritatis” promete não deixar pedra sobre pedra.
O bloco dos investigados, ao som dos tambores da justiça, desfila pelas ruas de Brasília, trazendo à tona a verdade, ou ao menos, um bom entretenimento para quem acompanha os desdobramentos da cena política brasileira.
Ou seja: quem é condenado hoje pela justiça pode ser descondenado amanhã.
*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF