Nos últimos anos, a prática de ocupação ilegal de áreas públicas, conhecida como grilagem, tem se reinventado no Distrito Federal.
Grileiros, explorando famílias vulneráveis, muitas trazidas de outros estados, visam áreas valorizadas, como o Setor Noroeste, um bairro de alto padrão em Brasília.
A região, situada entre a Asa Norte e o Eixo Monumental, enfrentou uma disputa judicial com invasores por mais de três anos.
Finalmente, no último dia 9, a justiça determinou a desocupação da área.
A deputada federal Erika Kokay (PT) reagiu, publicando um vídeo sobre a desocupação no Setor Noroeste, autorizada pela Justiça do Distrito Federal.
No vídeo, ela parece buscar a empatia pública, enfatizando a perda dos barracos pelos invasores, mas omite que houve oferta de abrigo a todos.
Não menciona que a desocupação foi ordenada após inspeção da 1ª Vara da Infância e da Juventude, e que o Governo do Distrito Federal garantiu auxílio social, aluguel para as famílias e matrículas escolares para as crianças afetadas.
O aspecto que mais chamou atenção no vídeo foi a vestimenta da deputada, uma calça de linho branco de alto custo, contrastando com a situação precária e empobrecida dos ocupantes com vestes lambuzadas pelo barro.
A observação ilustra a ironia de uma parlamentar distante da realidade de pessoas tangidas para “marcar o ponto” em barracos de lona que proliferam nas áreas centrais da capital federal.
Os grileiros se aproveitam de famílias em situação de vulnerabilidade para invadir lotes públicos, transformando-os em fontes de lucro ilícito, como visto no Setor Noroeste.
Diante de situações como essa, a Secretaria de Desenvolvimento Social oferece abrigo e suporte, mas enfrenta resistência dos ocupantes, apoiados por grileiros e por políticos ingênuos e nem tão ingênuos assim.
O Distrito Federal já vivenciou situações similares, como as grandes favelas no Plano Piloto durante os anos 1980.
Governos anteriores, como o de José Aparecido, foram marcados pela negligência, enquanto Joaquim Roriz buscou soluções, criando regiões como Samambaia e Paranoá para reassentar as famílias.
Erika Kokay, porém, parece ignorar as falhas dos governos petistas anteriores, como os de Cristovam Buarque e Agnelo Queiroz, que não conseguiram conter as invasões nem proporcionar moradia digna às famílias mais necessitadas.
A gestão de Cristovam é lembrada por uma tentativa de desocupação marcada pela violência, resultando em cinco mortes na Estrutural, um episódio dantesco que a deputada petista prefere esquecer.
Kokay tenta reviver uma abordagem ultrapassada, ignorando que diversos grupos políticos já tiveram a chance de administrar o Distrito Federal, muitas vezes sem deixar legados positivos.
Ninguém tem saudade dos governos petistas, sensação semelhante ao período arrudista e seus escândalos e do PSB de Rollemberg, que não deixou nenhuma lembrança além do viaduto caído no meio da capital do país.
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